Indústria de Sertãozinho derruba a balança comercial da região de Ribeirão Preto
A quebra da safra de cana em 2011, com a consequente redução na produção das usinas, fez a indústria de Sertãozinho (333 km de São Paulo) retrair e derrubar a balança comercial regional.
A cidade, onde a maior parte do comércio exterior está atrelada ao setor sucroalcooleiro, é a única entre as dez mais populosas da região com saldo da balança comercial (diferença entre exportações e importações) negativo.
As exportações atingiram US$ 75,9 milhões (R$ 144,2 milhões) no primeiro trimestre do ano, enquanto as importações somaram US$ 77,2 milhões (R$ 146,7 milhões) , com saldo negativo de US$ 1,3 milhão (R$ 2,5 milhões).
A situação é resultado da queda das exportações, principalmente de máquinas e equipamentos pesados, e do aumento expressivo nas importações de álcool pelas usinas para abastecer o mercado interno na entressafra.
De janeiro a março, Sertãozinho importou US$ 66,2 milhões (R$ 125,8 milhões) em etanol -no mesmo período de 2011, nenhum litro havia sido comprado no exterior por empresas locais.
Do lado das exportações, a cidade vendeu US$ 75,9 milhões (R$ 144,2 mi) neste ano, quase US$ 3 milhões (R$ 5,7 mi) a menos que em 2011.
No caso das vendas para o exterior, as metalúrgicas viram sumir os pedidos de equipamentos para novas usinas.
Até 2011, havia um volume maior de negócios para destilarias e fábricas de açúcar na América Latina e África.
Com a crise, porém, os negócios esfriaram. “Além disso, o real muito valorizado deixa o Brasil sem chances de competir”, disse Adésio Marques, presidente do Ceise-Br.
Dezembro a março, quando as usinas fazem manutenção, é historicamente o melhor período para as metalúrgicas, mas neste ano empresas chegaram a ter ociosidade de 40%.
As demissões são o reflexo, diz Marques -em março, a Dedini demitiu 220.
O temor é que novos cortes ocorram, segundo o sindicato dos metalúrgicos.
