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Índice mede utilização de fontes alternativas no país

A fabricante de lápis Faber Castell e a indústria de autopeças Autometal são as empresas que mais utilizam no Brasil energia elétrica de fontes alternativas renováveis, que incluem pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), solar, eólica, biomassa, como cana-de-açúcar e madeira de reflorestamento, e até mesmo de lixo. O ranking brasileiro foi elaborado pela primeira vez pela Bloomberg New Energy Finance (Bnef), empresa de pesquisa sediada na Inglaterra que edita em outros países o Corporate Renewable Energy Index (Crex), índice que mede o uso de energias renováveis pelas companhias.

Na versão brasileira do índice, a Faber Castell e a Autometal se destacaram, figurando em primeiro lugar entre as 19 empresas que entraram na lista. As duas companhias utilizaram 100% da energia que consumiram em 2011 de fontes renováveis alternativas.

Mas, em termos absolutos, se considerado o volume de energia utilizado no processo de produção, se sobressaem a Vale, a Alcoa Alumínio, a Fibria Celulose, a Duratex e a Klabin. Cada uma dessas cinco empresas consumiu em um ano mais de 1 mil GWh de energia de fontes alternativas, o que as coloca em uma posição de destaque também no cenário mundial.

Do total consumido pela Vale em 2011, 7,5 mil MWh vieram de fontes renováveis, ou 52% do seu consumo. Com esse resultado, a mineradora brasileira passa a fazer parte de uma elite global de empresas, figurando entre os cinco grupos que mais utilizam energia de fontes renováveis pelo índice Crex. A Vale possui quatro PCHs em Minas Gerais, com 58 MW instalados de potência, e está investindo em energia eólica e em combustível de palma.

“Essa é a primeira vez que incluímos empresas brasileiras em nosso índice”, diz Maria Gabriela da Rocha Oliveira, diretora para América Latina da Bnef. As empresas no Brasil, segundo ela, mostram um bom desempenho em relação aos seus pares no mundo. Essa vantagem se explica pela riqueza de recursos hídricos do país, além das condições privilegiadas para a geração de energia eólica, solar e de biomassa, como cana e madeira de reflorestamento.

A participação de fontes renováveis de produção de eletricidade expandiu-se em 2,5 pontos percentuais na matriz elétrica brasileira em 2011, alcançando 89%. Mas o número inclui grandes hidrelétricas, que são excluídas do índice Crex. O país é um dos países com maior oferta de energia hidráulica no mundo

Segundo Maria Gabriela, as PCHs são a principal fonte de energia alternativa no Brasil, respondendo por 49% do total consumido pelas empresas em 2011. Mas esse percentual já foi maior no passado, alcançando 53% em 2009. Muitas companhias utilizam no Brasil um “blend” (mistura) de energias renováveis, que incluem diversas fontes, entre elas eólicas. Essa modalidade, que respondia por 20% do consumo, cresceu para 25% em 2011. A energia de biomassa manteve sua participação de 21% na matriz de fontes renováveis no Brasil entre 2009 e 2011.

Outra tendência mostrada pela pesquisa foi o aumento na contratação de energia renovável no mercado livre brasileiro, que já respondeu em 2011 por 10% do total consumido pelas empresas. Mas o investimento direto feito pelas próprias companhias em projetos de geração, como PCHs e parques eólicos, ainda é, de longe a principal fonte de abastecimento, atendendo 90% do consumo de energias alternativas das companhias.

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