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Índice de Confiança do Agronegócio atinge 111,5 pontos no primeiro trimestre de 2022

Depois da porteira, otimismo do agronegócio medido pelo ICAGRO cresceu 1,9 ponto na comparação com o levantamento anterior

Índice de Confiança do Agronegócio atinge 111,5 pontos no primeiro trimestre de 2022

O Índice de Confiança do Agronegócio (ICAGRO) fechou o 1º trimestre de 2022 em 111,5 pontos, 1,9 ponto acima do levantamento anterior.

O resultado foi puxado principalmente pelas indústrias situadas Depois da Porteira, o único segmento dentre todos os pesquisados em que de fato a confiança melhorou (os índices da indústria Antes da Porteira e dos produtores agropecuários caíram em relação ao trimestre anterior).

Apesar dessa diferença, houve entre os segmentos do agronegócio uma melhora das avaliações sobre a economia brasileira.

“O bom momento das exportações do agronegócio é uma das razões às quais pode ser atribuído o ganho de otimismo, já que muitas empresas que compõe o grupo Depois da Porteira são exportadoras”, afirma o diretor do Departamento de Agronegócio da Fiesp, Roberto Betancourt.

O Índice de Confiança do Agronegócio se manteve acima de 100 pontos, na faixa considerada otimista pela metodologia do estudo — resultados inferiores a isso denotam pessimismo.

Índice de Confiança das Indústrias (Antes e Depois da Porteira): 114,5 pontos, alta de 5,2 pontos.

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A confiança das indústrias que fazem parte da cadeia do agronegócio aumentou 5,2 pontos, fechando o 1º trimestre do ano a 114,5 pontos, com a ressalva do comportamento distinto entre as empresas Antes da Porteira e as situadas Depois da Porteira.

Antes da Porteira (Insumos Agropecuários): 107,7 pontos, queda de 3,7 pontos.

Houve uma relativa perda de otimismo no início do ano entre as indústrias de insumos agropecuários (Antes da Porteira). O índice de confiança desse segmento fechou o 1º trimestre em 107,7 pontos, queda de 3,7 pontos sobre o levantamento anterior. É importante destacar, porém, que o resultado se deve principalmente à piora na perspectiva dessas empresas quanto ao momento em que a pesquisa foi realizada.

“Boa parte das entrevistas aconteceu em março, durante o início da ofensiva russa na Ucrânia”, alerta Betancourt. “Havia grande incerteza quanto à oferta e aos preços dos fertilizantes, e a comercialização de insumos para a próxima safra permaneceu praticamente parada”, argumenta o especialista.

Depois da Porteira: 117,4 pontos, alta de 9,0 pontos.

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Foto: Divulgação

As indústrias situadas Depois da Porteira apresentaram o crescimento mais importante do índice de confiança no 1º trimestre do ano. Entre as razões às quais pode ser atribuído o ganho de otimismo, destaca-se o bom desempenho das exportações, já que muitas empresas que compõe esse grupo são exportadoras.

Segundo os dados da Secex, os embarques de produtos agropecuários somaram 28,1 bilhões de dólares nos primeiros três meses de 2022, um aumento de quase 22% sobre o mesmo período do ano passado.

Os sinais de melhora nos indicadores da economia brasileira também pesaram no resultado.

Índice de Confiança do Produtor Agropecuário: 107,2 pontos, queda de 2,8 pontos.

O Índice de Confiança do Produtor Agropecuário fechou o 1º trimestre do ano em 107,2 pontos, um recuo de 2,8 pontos sobre o levantamento anterior. Ainda é um resultado que situa os ânimos do grupo na faixa considerada otimista pelos critérios da pesquisa — mas no patamar mais próximo da neutralidade desde o quarto trimestre de 2018, quando começou um período em que a percepção dos produtores tem se mantido predominantemente positiva.

Produtor Agrícola: 109,1 pontos, queda de 2,9 pontos.

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Aspectos relacionados às condições dos negócios dos agricultores foram o que mais pesaram para a redução de 2,9 pontos do índice de confiança do segmento, que fechou o trimestre em 109,1 pontos.

“A percepção sobre o custo de produção, que já era ruim no final de 2021, voltou a cair em função da piora das relações de troca causada pela alta dos fertilizantes e pelos temores relacionados à sua disponibilidade”, explica Betancourt.

“Além disso, houve queda na avaliação relacionada ao crédito rural, refletindo a alta dos juros e a queda na liberação de recursos para custeio, que fechou o primeiro trimestre do ano em 7,17 bilhões de reais, 36% abaixo do mesmo período de 2021”, acrescenta o empresário.

Cabe destacar que a quebra da safra de verão no Sul do Brasil (especialmente no Oeste do Paraná e no Rio Grande do Sul) pesou negativamente sobre a percepção a respeito da produtividade. Em meio as dificuldades, um item positivo – a avaliação sobre os preços agrícolas melhorou.

Produtor Pecuário: 101,4 pontos, queda de 2,6 pontos.

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Pioraram também as percepções dos pecuaristas em relação a diversos aspectos do negócio. Foi o caso dos custos de produção, no que pesaram negativamente a alta dos grãos e da ureia (fertilizante nitrogenado usado para a adubação das pastagens), e o preço dos bezerros, que se manteve em patamares altos.

A piora das condições do crédito rural também reduziu o otimismo dos produtores pecuários. Diferentemente do que aconteceu com os agricultores, os preços aos produtores não amenizaram a situação, com as cotações futuras do boi gordo abaixo do mercado físico desde o início do ano.