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Índice da Fundação Getúlio Vargas caiu 0,45%, maior queda em dois anos, puxada pelo recuo no preço dos alimentos no vare

A queda generalizada de preços no varejo levou ao aprofundamento da deflação no Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que caiu 0,45% em junho, ante queda de 0,25% em maio. Foi a menor taxa em dois anos, informou ontem a Fundação Getúlio Vargas (FGV), impulsionada pela baixa dos preços dos alimentos no varejo (0,92%), principalmente hortaliças e legumes (8,6%). O IGP-DI é o indexador dos contratos de telefonia fixa.

Para o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, é possível a terceira deflação consecutiva no indicador, em julho, embora não tão intensa como a de junho. Minha avaliação é que o processo de deflação está acabando. Mas não sei se haverá espaço para a deflação acabar em um período de 30 dias. Segundo ele, processos de deflação muito longos indicam cenário de recessão. Esse não é o caso no Brasil, frisou.

Com a queda de preço dos alimentos, o Índice de Preços ao Consumidor – Disponibilidade Interna (IPC-DI), que representa 30% do IGP-DI, passou de alta de 0,79% em maio para deflação de 0,05% em junho – também o menor resultado em dois anos. Quadros considerou a taxa irreal. A inflação do varejo está caindo, mas não tão forte como o IPC-DI mostra. O indicador em junho foi influenciado por fatores passageiros, como a queda de hortaliças e legumes, e pode não ter queda em julho. Ele lembrou que o reajuste de telefonia fixa, neste mês, vai pressionar inflação do varejo em julho. O reajuste este ano é calculado com base no IGP-DI acumulado de 12 meses até maio (8,36%), e não sofrerá impacto da deflação de junho.

Como exemplo de que a inflação no varejo está sob controle, Quadros citou o resultado do núcleo mensal do IPC-DI – anunciado ontem e calculado pela exclusão das principais quedas e altas de preço na inflação do varejo. Ele recuou para 0,42% em junho, ante 0,73% em maio. Esse resultado mostra que há um processo claro de desaceleração na inflação do varejo. Aliado à queda dos preços do varejo, os preços no atacado continuam em deflação. O Índice de Preços por Atacado (IPADI), que representa 60% do índice, caiu 0,78% em junho, ante deflação de 0,98% em maio. Podemos dizer que o IPA-DI, por ter grande peso, contribuiu para o IGP-DI ficar com taxa negativa. Mas o que aprofundou a deflação em junho foi o recuo de preços no varejo. Ao comentar a queda menos intensa no IPA-DI, o economista explicou que houve taxa menos negativa nos preços das matérias-primas agropecuárias no atacado (2,99% para 1,26%), devido às altas nos preços da soja (3,99%) e bovinos (0,37%).

O Índice Nacional do Custo da Construção – Disponibilidade Interna (INCC-DI) recuou para menos da metade, com alta de 0,76% em junho ante aumento de 2,09% em maio. O IGP-DI registra elevações de 1,53% no ano e de 6,50% em 12 meses.

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