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Indianos de olho na tecnologia brasileira de produção de álcool

Os empresários indianos pretendem ampliar o acordo de transferência de tecnologia brasileira de álcool para as destilarias daquele país. Os produtores indianos produzem álcool a partir do melaço da cana-de-açúcar, conforme informou o empresário Vivek Singhal, presidente da Federação da Organização dos Exportadores da Índia (Fieo).

“As indústrias indianas começaram a aumentar os investimentos na produção de álcool”, disse o empresário. A empresa indiana Uttam fechou parceria com a brasileira Dedini na troca de tecnologia para álcool. “Essa parceria poderá ser ampliada”, afirmou.

Não interessa aos empresários importar o álcool combustível brasileiro. “Queremos aumentar a oferta de álcool com produção própria”, afirmou Singhal. Desde outubro deste ano, os indianos começaram a efetuar a mistura de 5% de álcool na gasolina em nove das 21 províncias do país.

“Os indianos também querem parceria para a produção de biodiesel”, disse Ângelo Bressan, diretor de açúcar e álcool do Ministério da Agricultura. Bressan, que esteve na Índia em outubro, disse que os indianos estão em fase adiantada na extração de óleo de Nin, árvore nativa daquele país.

“A Índia é um país tradicionalmente agrícola, assim como o Brasil, o que reforça o potencial de cooperação entre os dois países”, observou Satish Dhanda, presidente do Conselho de Promoção e Exportação de Produtos de Engenharia da Índia.

Além do interesse pela tecnologia para o álcool, os indianos querem firmar parceria em vários setores da economia com o Brasil. O segmento de biotecnologia interessa particularmente a Singhal. Ele disse que já exporta para o Brasil defensivos para culturas orgânicos. O empresário quer fechar uma joint venture com uma empresa brasileira. “Temos conversas com algumas companhias, mas nada conclusivo ainda”, afirmou o empresário.

Nesta semana, cerca de 80 empresários indianos participam da Índia Tech 2003, em São Paulo, para promover a indústria de base indiana e prospectar novos negócios no país, sobretudo, nos setores automotivos, de serviços e agroquímicos. Conforme Yogeshwar Varma, cônsul geral da Índia no país, o comércio entre o Brasil e Índia movimentou no ano passado US$ 1,227 bilhão. A expectativa para este ano é de que as negociações atinjam cerca de US$ 1,5 bilhão. Segundo o cônsul, os dois países também podem firmar parcerias no processamento de frutas e vegetais.

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