Segundo o governo indiano, a capacidade de produção de etanol na Índia deve alcançar 12,44 bilhões de litros no final de 2023, sendo 4,33 bi de L de etanol de grãos e 8,11 do álcool de cana-de-açúcar.
No ano, até 31 de agosto, a mistura de etanol na gasolina no país havia atingido 11,72%, e as expectativas governamentais são de chegar ao E12 até o fechamento deste ano.
A informação faz parte do relatório sobre as perspectivas para a oferta indiana de etanol nos próximos anos, elaborado pela Consultoria StoneX.
Nas estimativas, se espera que para atingir o E20 em 2025, serão demandados 9,9 bilhões de litros de etanol em 2024/25 e 10,2 bi de L em 2025/26 – dependendo de uma capacidade produtiva total do setor de 15 bi de litros – 13,5 bi de L para mistura e o restante para a fabricação do etanol para outros fins.
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Para os ciclos 2023/24 e 2025/26, as estimativas iniciais do governo indiano acerca da oferta do biocombustível pelo setor açucareiro podem não se concretizar, caso o setor produza, daqui para frente, açúcar branco o suficiente para cumprir com o consumo interno – mantendo os estoques domésticos e a relação estoque/uso em níveis considerados saudáveis.
Estimativas prematuras são de quebra na moagem de cana em 2024/25, porém de recuperação no ciclo seguinte com a expectativa de término do El Niño até o segundo trimestre de 2024.
O documento da consultoria aponta que o etanol feito a partir de grãos, majoritariamente arroz e milho, deve ganhar share de mercado nos próximos 3 anos.
“Estima-se que, potencialmente, 13,5 milhões de toneladas de grãos (7,3 MMT de milho e 6,2 MMT de arroz) sejam destinadas às destilarias para produzir o etanol, caso o cenário estipulado anteriormente se confirme e os grãos ocupem todo o espaço que faltaria dentro da oferta total do produto para mistura”, informa o relatório.
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Para a consultoria, dadas as expectativas negativas em termos de clima tanto em 2022/23 quanto para 2023/24, a produção total de açúcar deve cair. “As estimativas prematuras para 2024/25 já indicam o mesmo movimento, uma vez que o clima mais seco em 2023 pode impactar a produtividade da cana de 18 meses e diminuir a área colhida no ano que vem”, destaca o documento.
Segundo a StoneX, o avanço da regulamentação da fabricação de etanol na Índia retirou volumes crescentes de açúcar do mercado.
“O setor canavieiro precisou desviar 4,1 milhões de toneladas de açúcar em 2022/23 para fazer etanol, contra apenas 0,3 MMT em 2018/19. Em 2023/24, por sua vez, a expectativa é de que o desvio fique constante ou até mesmo caia, uma vez que se aguarda uma expressiva quebra na safra de cana”, informa o relatório da consultoria.