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Incorporação da Santelisa pela LD fica para outubro

A Santelisa Vale, de Sertãozinho (SP), convocou seus acionistas para participarem de uma série de assembleias que será realizada no dia 8 de outubro para definir sua incorporação ao grupo francês Louis Dreyfus. Entre os principais assuntos em pauta estão a aprovação do aumento de capital da nova empresa e a conversão de parte das dívidas da companhia em ações.

A reunião será em Sertãozinho, sede da empresa, e começa às 9h, conforme anúncio publicado, na quinta-feira, no Diário Oficial do Estado de São Paulo.

A novela em que se transformou a incorporação da Santelisa pela Louis Dreyfus parece que está próxima do fim. Após meses de longa discussão sobre o tamanho da dívida da empresa (cerca de R$ 3 bilhões), a resistência de parte dos acionistas da família Biagi em prosseguir com a negociação e reestruturação do controle da empresa, os detalhes da operação estão quase definidos.

A Louis Dreyfus vai elevar o capital da nova empresa em R$ 950 milhões. Deste total, R$ 550 milhões são de dívidas que serão convertidas em ações, segundo fontes familiarizadas com a operação. Entre os credores estão 22 bancos. Bradesco, Itaú, Votorantim e Santander estão entre os maiores. “Com a venda de alguns ativos [da Santelisa], os que optaram pela conversão da dívida poderão fazer o resgate”, disse a mesma fonte.

Outros R$ 400 milhões serão com um aporte dos acionistas da família Dreyfus, que depois serão incorporados por novos investidores, que ainda devem entrar na companhia. O restante do endividamento da Santelisa, de aproximadamente R$ 2,1 bilhões, terá um refinanciamento de longo prazo, de 15 anos, com quatro anos de carência.

A empresa deverá se desfazer de ativos para torná-la mais enxuta. Neste ano, a Santelisa vendeu participações importantes em empresa! s, como a sociedade que tinha com a CNAA (Companhia Nacional do Açúcar e do Álcool), na qual tinha 25%, e também na Amyris, cujo principal projeto é produzir diesel a partir da cana-de-açúcar.

Com a incorporação da Santelisa pela Dreyfus, a família Biagi, uma das mais tradicionais do setor sucroalcooleiro do Brasil, e os Junqueira Franco, ficam, juntos, com participação entre 15% e 16% na companhia. A Dreyfus, com cerca de 60%. A participação do BNDESPar, braço de participações do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), com 1%.

Concluída a negociação, a Dreyfus salta da oitava posição para a vice-liderança na moagem de cana no país, atrás do grupo Cosan. A capacidade de moagem da empresa salta para 40 milhões de toneladas de cana por safra. O grupo francês foi a primeira companhia estrangeira a adquirir usinas no Brasil. A estreia no setor foi em 2000, com a compra da Cresciumal, em Leme (SP).

No mercado, comenta-se que a Crystalsev, empresa controlada pela Santelisa, que negocia a produção de açúcar e álcool de várias usinas, deverá ser descontinuada. A outra opção é ter seu controle assumido pelas usinas que não pertencem à Santelisa. Para Dreyfus, não interessa manter esta empresa, , uma vez que o grupo tem forte tradição como trading de commodities agrícolas. Procuradas pelo Valor, a Louis Dreyfus e a Santelisa não comentam o assunto.

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