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Incertezas no Plano Safra ameaça agro e segurança alimentar, fala Feplana 

Nem mesmo o restante dos recursos definidos para o Plano Safra 2021/2022 doi liberado

Apesar de o presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, ter anunciado antes da reunião anteontem (7) da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) com a presença da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana) e de outras entidades rurais a sua intenção de oferecer até R$ 175 bilhões em créditos no Plano Safra 2022/2023, nem mesmo o restante dos recursos definidos para o Plano Safra 2021/2022 havia sido desbloqueado pelos bancos por falta de liberação dos recursos do Governo Federal.

Pior ainda, segundo a Feplana, o Ministério da Economia continua dificultando as tratativas para o avanço da liberação dos bilhões necessários e urgentes para o novo plano safra atender às altas do custo de produção agrícola e das taxas de juros sobre o crédito. Só por conta disso, enfatiza o órgão canavieiro, ainda não existe data prevista para o lançamento do plano, o que ameaça o futuro do agro nacional e assim a segurança alimentar mundial, dado ao destaque do Brasil para produção agropecuária a nível global.

De acordo com José Ricardo Severo, assessor da Feplana, o Plano Safra 2022/23 está finalizando com um valor de equalização solicitado pelo setor agrícola no valor de R$ 21 a 24 bilhões com a ampliação, de R$ 13 bilhões do orçamento federal para a subvenção das operações de crédito.

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Paulo Leal

“Embora esteja intensa a negociação entre a Agricultura, o Ministério da Economia e o Banco Central sobre o Plano Safra 2022/2023, o fato é que ainda não foram destinados recursos necessários e urgentes para atender o agro. A falta de recurso foi a pauta central da reunião e isso não é nada animador”, diz Paulo Leal, presidente da Feplana.

Em outro evento anteontem, o ministro Marcos Monte, da Agricultura, disse esperar que tudo seja resolvido até o fim do mês. Ratificou que só para equalizar as taxas de juros do próximo Plano Safra serão precisos R$ 22 bilhões.

O prazo limite para se ter um Plano Safra capaz de atender o homem do campo e as necessidades de todos eles foram colocados por Fausto Ribeiro, presidente do Banco do Brasil (BB), instituição que responde por 55% do mercado de crédito para o agro. Vai até 1º de julho.

Segundo ele, permitirá que as instituições bancárias ainda possam identificar e estabelecer os tetos, limites, tudo dentro do prazo. “Um problema extra a tudo isso é que os servidores do Conselho Monetário Nacional e do Banco Central estão em greve”, lembrou o presidente da Feplana.

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Na reunião da Frente Parlamentar da Agropecuária, o presidente da FPA, deputado Sérgio Souza (MDB-PR), foi enfático ao dizer que “sem seguro rural não há agricultura”. Portanto, pontuou o parlamentar, os próximos passos da agropecuária brasileira e da segurança alimentar dependem o avanço das discussões e do começo do Plano Safra, sendo isso prioridade porque o agro impacta na sociedade e na economia do país. Ou seja, “estamos falando se vamos ou não ter recursos e são eles que ditam o que pode ou não ser feito”, concluiu.

Leal endossa a posição do deputado e adverte: com a falta de recursos nos bancos e aumento das taxas dos empréstimos, em uma safra cara para se produzir, resultará em um choque de safra. Com isso, o Brasil não conseguirá cumprir tamanha expectativa da sociedade mundial em amortizar preços dos produtos agrícolas ao consumidor, resultando em insegurança alimentar. “Temos uma responsabilidade global inédita para superar tais desafios”, finaliza.

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