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Incêndio em Santos cria dificuldade de armazenagem

As usinas de açúcar da região de Ribeirão Preto enfrentam dificuldades de armazenagem depois de um incêndio ter atingido o terminal da Copersucar, maior exportadora do produto no país, no porto de Santos (SP), na última sexta-feira (18).

Com a falta de escoamento da produção, os estoques estão superlotados e tem aumentado a demanda pelo aluguel de armazéns infláveis, instalações portáteis voltadas para produtos agrícolas.

Segundo consultores do setor, grande parte da produção de Ribeirão é encaminhada até o porto de Paranaguá (PR), a 469 km de Santos, e as filas de embarque estão cada vez maiores. Outro incêndio, que só foi controlado anteontem num armazém de Santa Adélia, também complica a situação dos produtores.

A Copersucar tem remanejado o açúcar e lotado outros armazéns, mas consultores ouvidos pela reportagem disseram que a falta de espaço pode interromper a produção.

“Esse problema gera especulações de toda sorte, seja sobre a redução de açúcar ou o consequente aumento na produção de etanol”, afirmou o consultor Jair Cezar Pires, da MBF Agribusiness.

Em Ribeirão Preto, o Terminal Multimodal da Copersucar tem capacidade estática de 70 mil toneladas de açúcar e de movimentação de 1,5 milhão de toneladas anuais.

No total, a empresa, que exporta 25% do açúcar nacional, pode estocar até 2,5 milhões de toneladas de açúcar, incluindo a capacidade de suas usinas sócias na região.

Esse cenário, porém, ainda não reflete no mercado. O indicador do preço do açúcar cristal feito pela Esalq, da UAP, no porto de Santos aumentou em 2,69% do dia 18 para o dia 28. Já o preço no mercado futuro de Nova York teve queda de 2,20%, no mesmo período.

“Não dá para afirmar que isso seja decorrente dessa complicação. No dia do incêndio no porto de Santos o preço já vinha crescendo por causa da mudança no mix de produção de etanol e açúcar. O país está produzindo mais etanol do que o esperado”, afirmou o analista Thiago Ramaz, da FG/AGRO.

Na sexta-feira, a saca (50 kg), custava R$ 52,06 e, uma semana depois, estava em R$ 53,46.

A Copersucar afirma, segundo sua assessoria, que não informa dados de operação relacionados com o incêndio em Santos para evitar instabilidade no mercado, altamente especulativo.

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