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Importação perde fôlego, mas analistas crêem em retomada

As importações perderam o fôlego em abril e cresceram 10,2%, pela média diária, em relação a igual período de 2006, atingindo US$ 8,2 bilhões. Para o governo e os analistas, trata-se de um ponto fora da curva, prejudicado por fatores esporádicos, como queda nas compras de combustíveis. Com previsões que apontam crescimento de 4% para a economia este ano, a tendência é que as importações voltem a crescer em um ritmo forte.

Apesar do tropeço do mês passado, as compras externas do país subiram 25% no acumulado de janeiro a abril ante o mesmo intervalo do ano passado, para US$ 33,5 bilhões, conforme dados divulgados ontem pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex). “Foi um respiro generalizado das importações, mas nada indica que vai haver um arrefecimento delas”, afirmou o secretário de Comércio Exterior, Armando Meziat, referindo-se ao mês de abril durante entrevista em Brasília.

Meziat alertou para o crescimento um pouco menos exuberante dos bens de consumo. Em abril, as importações de bens de consumo cresceram 24%, com alta de 28% nas compras de automóveis. É um bom resultado, mas, em março, as importações de bens de consumo haviam subido 44,6%, e as compras de automóveis, 79%. No primeiro quadrimestre em relação a igual intervalo de 2006, as importações de bens de consumo subiram 35,4% e as de automóveis, 51%.

As compras externas de combustíveis caíram 12% em abril de 2007 em relação a abril de 2006. A média diária de importações de combustíveis em abril ficou em US$ 58 milhões, diante de 66 milhões de abril de 2007. Sérgio Vale, economista da MB Associados, explica que a Petrobras está aumentando a produção. “Mas não acho que é uma mudança de tendência. Pode ter havido atraso de um navio”, diz. No ano, as importações de combustíveis subiram 11,8%.

Vale ressalta que as importações de diversos itens se mantiveram dinâmicas em abril, como produtos farmacêuticos (55%), vestuário (72%) e móveis (62%) “A economia segue muito bem. Dificilmente as importações vão arrefecer”, diz o economista. A consultoria projeta crescimento de 4,3% para o Produto Interno Bruto (PIB) este ano.

No acumulado de janeiro a abril, os Estados Unidos foram a principal origem das importações brasileiras, com US$ 5,5 bilhões, seguido pela China, com US$ 3,3 bilhões, acima da Argentina, com US$ 3 bilhões. As compras vindas dos EUA cresceram 21,8% em relação ao primeiro quadrimestre de 2006, em linha com a média geral. Já as compras da China e da Argentina, subiram 45% e 34%, respectivamente.

Com o soluço das importações, o superávit da balança comercial brasileira atingiu o melhor recorde mensal do ano, US$ 4,2 bilhões em abril. Com esse resultado, o saldo da balança comercial brasileira, no acumulado, voltou a superar o resultado de igual período do ano passado, o que já não havia ocorrido em março. De maio de 2006 a abril de 2007, o superávit ficou em US$ 47 bilhões, acima dos US$ 45 bilhões de maio de 2005 a abril de 2006. Em 2006, o saldo ficou em US$ 46 bilhões. Na comparação entre os quadrimestres, houve alta de 4,2% no superávit deste ano.

Thaís Zara, economista da Rosemberg & Associados pondera que a base de comparação está comprometida, porque o saldo da balança em abril de 2006 foi fraco, devido à greve da Receita Federal, que prejudicou as exportações. A consultoria estima superávit de US$ 42 bilhões este ano. “O saldo vai desacelerar no segundo semestre, porque as importações devem crescer mais, puxadas pela economia interna”, diz. A MB Associados também projeta saldo de US$ 41 bilhões para 2007.

As exportações brasileiras atingiram US$ 12,449 bilhões em abril, alta de 14%, pela média diária, em relação a abril de 2006. De janeiro a abril, comparado com o mesmo intervalo de 2006, as vendas do país no exterior aumentaram 18%. O destaque de abril foram as exportações de produtos básicos, que subiram 33%, ante 14% dos semimanufaturados e 5,8% dos manufaturados, pela média diária.

As vendas de petróleo cresceram 55,6% no mês, para US$ 695 milhões. Também obtiveram uma boa performance as exportações de minério de cobre (338%), carne suína (90%) e farelo de soja (51%). No grupo dos manufaturados, os produtos que mais se destacaram em abril foram suco de laranja (118%), álcool (87%) e açúcar (78%) – todos itens que são “commoditizados”. Já as vendas externas de produtos manufaturados como automóveis, autopeças ou calçados caíram, respectivamente, 11,5%, 4% e 2,4% em abril deste ano em relação a abril de 2005.

De janeiro a abril, a União Européia comprou US$ 11,7 bilhões do Brasil, com alta de 30,2% – percentual bem acima da média. Para a América Latina, as exportações brasileiras subiram 13%. Os Estados Unidos ainda são o país que mais compra produtos brasileiros, mas as vendas para esse mercado avançaram apenas 3%. Graças aos agrícolas, as vendas para a China cresceram 34% no quadrimestre. (com agências de notícias)

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