JornalCana

Importação de grandes volumes derruba os preços do etanol no começo da safra 18/19

O etanol importado é o grande vilão no começo da safra de cana-de-açúcar 2018/19 na região Centro-Sul do País. A importação de grandes volumes derruba preços do biocombustível no início da temporada de produção.

No estado de São Paulo, as usinas amargam queda de 8,44% nos preços do hidratado na semana entre 2 e 6/04 ante a anterior.

A queda foi apurada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, mas a instituição não responsabiliza a queda de preços do hidratado e do anidro em função da entrada de grandes volumes de etanol externo.

“A pressão sobre os valores dos dois etanóis no mercado paulista veio do aumento da oferta proporcionalmente maior que o observado para a demanda”, explica, em nota, o Cepea.

O JornalCana apurou, no entanto, que a queda de 8,44% no valor do hidratado para as usinas paulistas, e mais uma derrubada de 2,17% no valor do anidro pago para as unidades no mesmo período (2 a 6/04 ante a semana anterior) é explicada pela entrada do biocombustível externo.

Estimativas de consultorias dão conta de que o mês de abril será fechado com uma importação de 220 milhões de litros de etanol de milho dos Estados Unidos.

Em todo 2017, as projeções indicam que as importações de etanol somaram 1,7 bilhão de litros.

Mas o que pesa mais é que este mês de abril marca oficialmente o início da temporada 2018/19 no Centro-Sul e a importação de grandes volumes de etanol é explicada pelo preço competitivo do concorrente americano.

E apesar da ameaça da taxa de 20% sobre o litro do etanol importado, caso o volume comprado no exterior passe de 600 milhões por ano, os importadores seguem com as compras.

“Mesmo com a taxa, existe margem porque o preço do etanol de milho americano é competitivo”, diz representante de empresa que importa o biocombustível.

“Só prejudicam”

Lideranças do setor sucroenergético reagem contrariamente à importação de grandes volumes do biocombustível. Renato Cunha, diretor do sindicato da indústria sucroenergética de Pernambuco, tem insistido de que essas importações só prejudicam a indústria brasileira do setor, principalmente as de seu estado, por onde entra boa parte do etanol vindo de fora.

Segundo ele, há quem defenda as importações como forma de regular o preço do etanol em estados do Nordeste, onde as unidades estão no período de entressafra. A importação é desnecessária para regular, afirma, porque tradicionalmente nessa época o mercado regional é abastecido pelo etanol enviado pelo Centro-Sul.

Contatos com o autor deste conteúdo: delcymack@procana.com.br

 

 

 

 

 

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