JornalCana

Impactos negativos (e positivos) para as usinas diante o reajuste de preços dos combustíveis

peAs usinas de cana-de-açúcar têm a ganhar e a perder com a elevação, pela Petrobras, dos preços do diesel e da gasolina. As altas valem desde a 0h de terça-feira (06/12) nas refinarias.

Os preços do diesel foram elevados em média 9,5% para o diesel e 8,1% para a gasolina.

Se aplicados integralmente, para o consumidor final, os reajustes representarão alta de 5,5% no diesel (R$ 0,17 por litro) e 3,4% na gasolina (R$ 0,12 por litro).

O JornalCana apurou junto a analistas do setor sucroenergético que as usinas ganham, mas também tendem a perder com a alta nos combustíveis.

Os ganhos estão praticamente concentrados no próprio caixa das companhias sucroenergéticas. No caso do etanol anidro, que integra em 27% o litro da gasolina, o reajuste de 8,1% refletirá diretamente no valor a ser recebido com a venda do biocombustível.

Conforme a última medição semanal do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, as usinas do estado de São Paulo recebiam R$ 2,021 pelo litro. O valor exclui os custos de frete.

Hidratado

Já no caso do etanol hidratado, se o seu valor médio para o consumidor final ficar em até 70% do preço da gasolina, o que favorece o biocombustível, a reação, também imediata, é de aumento da procura por ele.

Aqui, a usina ganha em escala, pelo volume a ser comercializado. Segundo o Cepea, na semana encerrada em 02/12 a usina paulista recebia médios R$ 1,83 pelo litro, fora o frete.

Mas há senões.

Um deles está relacionado à oferta de hidratado. Em seu último boletim de acompanhamento de safra, referente a primeira quinzena de novembro, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) informa que a produção de hidratado pelas usinas da região Centro-Sul recuou em 28%.

A queda na oferta reflete o encerramento antecipado em mais de 100 usinas, devido à queda na oferta de cana-de-açúcar. Mas essa diminuição não foi preocupante porque as vendas de hidratado recuaram em 20,19% nos primeiros 15 dias de novembro, ante mesmo período de 2015.

A situação preocupa o setor sucroenergético caso o consumidor corra aos postos para abastecer os veículos com hidratado.

Diante uma produção de hidratado que tende a ficar ainda menor, devido ao fim da safra no Centro-Sul e a um armazenamento ainda em fase de cálculos, é possível que seja preciso recorrer a estratégias para garantir o abastecimento.

Uma dessas saídas é comprar etanol produzido pelas usinas das regiões Norte e Nordeste. É uma medida difícil de ser praticada, uma vez que a safra nessas usinas também é penalizada pela estiagem.

A outra saída é importar etanol, estratégia geralmente criticada e que irá penalizar a Petrobras, que faz as compras no exterior, devido ao arrefecimento do dólar perante o real.

 

 

 

 

 

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