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Imigrante consolidou tradição dos Biagi no setor

Em 1888, mais de 50 mil imigrantes vindos da Itália chegaram no Brasil, desembarcando no porto de Santos. Entre eles estava Natale Biagi, que aos 36 anos trouxe consigo a esposa Elizabetta, grávida de seis meses, além dos quatro filhos Antônia, Pedro, Paolina e Emma. Declarou-se agricultor, foi trabalhar numa fazenda de café em Itatiba (região de Campinas – SP). Dois anos mais tarde, foi para Sertãozinho (região de Ribeirão Preto – SP), onde seria construída toda trajetória do filho Pedro Biagi, um dos mais importantes nomes na história da agroindústria sucroalcooleira do Brasil.

Depois da infância e adolescência marcada pelo contato com a cafeicultura, e depois com a olaria do pai Natale, Pedro confirmou-se negociante sem igual. E, juntando dinheiro, esticou os olhos para a terra roxa da região ribeirãopretana, comprou 29 hectares, mantendo a fabricação de tijolos enquanto aos poucos a cana-de-açúcar ganhava espaço, principalmente para alimentar os animais. Dedicou-se a exploração de madeiras, juntou economias e com os tijolos e telhas que produziu, ergueu a própria usina (Barbacena) em Sertãozinho, iniciando produção em 1922 (6.400 sacas de açúcar).

Os negócios sucroalcooleiros prosperavam nas mãos de Pedro Biagi. Depois de comprar os direitos da Usina da Pedra (Cravinhos, hoje Serrana – SP), investiu em sua reforma e em 1931foi colocada em operação, com ainda está, agora sob o comando de Pedro Biagi Neto. Outro investimento, em sociedade com João Marchesi, implantou em 1936 a Usina Santa Elisa (Sertãozinho – SP), hoje comandada pelo neto Maurílio Biagi Filho.

Com os filhos já crescidos, e seguro de que os três mais velhos estavam encaminhados na vida, Pedro decidiu dar a eles as rédeas dos principais negócios da família. A Usina da Pedra foi entregue a Baudílio e a Santa Elisa para Maurílio, enquanto Gaudêncio ficou com um terço de cada usina. Segundo o livro “Maurílio Biagi, O Semeador do Sertão”, do jornalista Geraldo Hasse, feita a divisão, Pedro ficou na retaguarda, dando-se o direito de cobrar juízo dos meninos, agradar as filhas e gozar até sua morte em 1941, com 89 anos de idade, os capitais amealhados em meio século de trabalho.

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