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IBGE estima que safra agrícola deve cair 7,6% neste ano

A primeira previsão da safra agrícola brasileira para este ano, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra uma queda de 7,6% em relação à colheita do ano passado, de 145,8 milhões de toneladas.

De acordo com os dados divulgados ontem (5/2), a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas deverá ser de 134,7 milhões de toneladas. Ainda segundo o IBGE, a área plantada deve chegar a 47,6 milhões de hectares, 0,8% maior que a de 2008 (47,2 milhões de hectares).

O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola prevê queda na produção nas Regiões Sul (-12,7%), Centro-Oeste (-6,3%), Sudeste (-3,5%) e Norte (-1,8%). Apenas para o Nordeste (4,7%) a previsão é de alta. Entre os 25 produtos pesquisados, apenas sete apresentam alta na estimativa de produção em relação a 2008: amendoim em casca 2ª safra (15,0%), arroz em casca (2,2%), cana-de-açúcar (0,6%),cebola (4,0%), feijão em grão 1ª safra (17,7%), mamona em baga (14,8%) e mandioca (1,4%).

O estudo do IBGE prevê ainda quedas para os 18 produtos restantes: algodão herbáceo em caroço (-16,8%), amendoim em casca 1ª safra (-6,9%), aveia em grão (-5,1%), batata-inglesa 1ª safra (-9,9%), batata-inglesa 2ª safra (-12,8%), batata-inglesa 3ª safra (-1,6%), cacau em amêndoa (-5,2%), café em grão (-15,9%), cevada em grão (-13,0%), feijão em grão 2ª safra (-0,7%), feijão em grão 3ª safra (-6,5%), laranja (-1,0%), milho em grão 1ª safra (-14,8%), milho em grão 2ª safra (-10,6%), soja em grão (-3,6%), sorgo em grão (-8,0%), trigo em grão (-15,5%) e triticale em grão (-17,0%).

Queda maior por causa da estiagem

A falta de chuva em algumas áreas do país, principalmente em Mato Grosso do Sul e nos estados da Região Sul, que apresentam estiagem desde novembro, é considerada uma dos principais responsáveis pela queda na produção nacional de grãos.

O quinto levantamento da safra 2008/2009, divulgado ontem (5/2) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima uma colheita de 134,6 milhões de toneladas de grãos, uma redução de 6,5% comparado ao ciclo anterior, que foi de 144,1 milhões de toneladas.

Em relação à última pesquisa, divulgada em janeiro e que previa 137 milhões de toneladas, a queda foi de 1,7%. Apesar da queda na produção total maior do que a esperada anteriormente, alimentos básicos como arroz e feijão devem ter crescimento.

Segundo a Conab, a colheita de feijão crescerá 1,9%, passando de 3,521 para 3,588 milhões de toneladas. O arroz subirá de 12 para 12,356 milhões de toneladas, 2,5% de aumento. A justificativa são os preços atrativos do feijão na época do plantio e o grande volume de arroz cultivado em áreas irrigadas, fazendo com que o clima afete pouco essa cultura.

Já o milho e a soja, culturas com maior volume de produção, sofreram mais com a ausência de chuva e terão queda significativa. A produção de milho deve cair de 58,6 milhões de toneladas – registradas na última safra – para 50,3 milhões nesta, redução de 14,2%. A soja cairá um pouco menos, 4,7%, passando de 60 milhões para 57,2 milhões de toneladas.

Segundo o presidente da Conab, Wagner Rossi, a queda na produção, porém, não afetará o abastecimento interno. “Apesar da diminuição, a produção atual é a segunda maior da história e se mantém em um patamar confortável, não comprometendo o abastecimento”, afirmou em nota da estatal.

Esta edição da pesquisa foi feita com representantes de entidades rurais do Centro-Sul do país e de estados como Piauí, Maranhão, Bahia, Rondônia e Tocantins, por 52 técnicos da Conab. Eles também verificaram que a área plantada nessa safra cresceu 0,9% em relação ao ciclo anterior, passando de 47,4 milhões para 47,8 milhões de hectares.

As culturas que mais se expandiram em área foram trigo, feijão, soja e arroz. Algodão e milho, com redução de 20% e 3%, foram as que mais encolheram. (Cristiane Ribeiro e Danilo Macedo)

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