Mercado

IBGE e FGV apuram alta em maio

Nos últimos 12 meses o IPCA acumula 5,15%, abaixo da meta, e IGP-DI, alta de 7,97%. A inflação em maio foi superior à de abril, como mostram os dois indicadores divulgados ontem – o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), saiu de 0,37% em abril para 0,51%, e o Índice Geral de Preços (IGP-DI) subiu de 1,15% para 1,41%, no período. O comportamento dos preços no IGP superou as expectativas de analistas de mercado, principalmente em função da alta no setor agrícola, resultado de choques climáticos, que pressionaram negativamente o IGP. Mas o resultado do IPCA ficou em linha com as projeções da pesquisa Focus, realizada pelo Banco Central.

As maiores pressões no IPCA, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e que serve de referência para a meta de inflação fixada pelo Banco Central, vieram dos medicamentos, da energia elétrica, dos automóveis e dos alimentos. No ano, o IPCA acumula alta de 2,75%, abaixo dos 6,80% relativo a igual período de 2003. Nos últimos 12 meses, o índice ficou em 5,15%, também inferior ao resultado anterior.

Apesar da alta de maio, análise feita pela equipe de economistas do Bradesco mostra que os núcleos de inflação revelaram estabilidade na margem. O que é positivo, porque excluindo as maiores e menores oscilações de preços a inflação não acelerou. Segundo o IBGE, os aumentos de preços dos remédios foram o item de maior contribuição individual, pelo segundo mês consecutivo. Em maio, a contribuição foi de 0,10 ponto percentual. Em abril, de 0,12 ponto percentual. Juntos, os reajustes somam 5,4%, refletindo o aumento médio de 5,7% concedido em 31 de março. Os preços dos alimentos caíram 0,34% em abril, mas subiram 0,23% em maio.

O álcool combustível também pressionou o IPCA, com variação de 2,28% em função da valorização da cotação da cana-de-açúcar, provocada pela entressafra. A cidade de Porto Alegre apresentou o maior índice regional, com alta de 0,89%.

No IGP-DI, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a alta deve ser transitória, segundo Salomão Quadros, responsável pela elaboração do índice. Isso, porque as maiores pressões vieram de fatores climáticos. No ano, o IGP-DI acumula variação de 5,54% e nos últimos 12 meses, de 7,97%.

Entre os indicadores que compõem o IGP-DI, o Índice de Preços por Atacado (IPA), que responde por 60% do índice geral, saiu de 1,57% para 1,71% em maio. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que pesa 30%, variou 0,71%, ante 0,31% em abril. E o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) fechou com alta de 1,83%, superior a abril, de 0,59%. Os economistas do Bradesco observam que o INCC e o IPC ficaram dentro do esperado. Mas o IPA agrícola, que passou de 0,80% para 2,71% de abril para maio, teve um aumento expressivo, por conta das pressões do tomate e leite, entre outros.

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