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Holofotes sobre o campo brasileiro nos EUA e na UE

Há tempos a agricultura brasileira não provocava tanta dor de cabeça em governos e produtores de países desenvolvidos e não ocupava tanto espaço na mídia mundial quanto depois da ratificação, no ano passado, das vitórias do país em disputas na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra os subsídios americanos ao algodão e europeus ao açúcar.

As vitórias em tais processos, conforme especialistas ouvidos pelo Valor nos últimos meses, não apenas renderam ao Brasil a possibilidade de ampliar a produção e exportação de algodão ou de expandir ainda mais sua liderança no mercado global de açúcar, mas fortaleceram a liderança nacional nas truncadas negociações para a liberalização do comércio agrícola mundial, principalmente as que se desenvolvem no âmbito da OMC.

Com ganhos de produtividade e pauta exportadora cada vez mais diversificada nos últimos anos – apesar dos problemas de quebra de safra, falta de crédito e elevado endividamento que marcam a atual safra -, o Brasil já começou a assistir, sistematicamente, seu avanço no setor dos agronegócios ser alvo de questionamentos.

É o caso da suspeita americana de que há subsídios indiretos no país que mais combate os subsídios das nações desenvolvidas, o que recentemente foi negado por estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne países ricos. Ou da acusação européia de que o antigo Proalcool funcionou como um subsídio indireto, que contribuiu para o avanço da produção de açúcar nacional.

Discussões como essas têm sido comuns na mídia americana e européia. Na quinta-feira, foi a vez do diário britânico “Financial Times”, um dos mais prestigiados do mundo, mais uma vez dedicar amplo espaço ao campo brasileiro. O lado bom é que poucas vezes a produtividade e a competitividade brasileiras no setor foram tão destacadas. Mas a real intenção do país em liderar as negociações para liberalização do comércio agrícola global foi questionada.

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