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História dos engenhos é tema de concurso no Ceará

Alunos de 12 escolas da rede pública de ensino da Região da Ibiapaba estão descobrindo verdadeiras relíquias a partir do concurso “História dos Engenhos da Ibiapaba”. O concurso, lançado em novembro de 2007, uma iniciativa pioneira da organização do Festival Mel, Chorinho e Cachaça em parceria com o Sebrae e Sesc, está promovendo, segundo educadores que participaram do último encontro de avaliação, uma verdadeira “revolução” do conhecimento entre moradores, alunos e professores participantes.

Na reunião, que ocorreu na sede do Sebrae em Tianguá, no dia 12 passado, os próprios professores enfatizaram a importância de se preservar o conhecimento adquirido nas visitas a engenhos e entrevistas com moradores e proprietários de engenhos.

“Descobrimos origens das primeiras famílias que chegaram até aqui na Serra da Ibiapaba, o processo de posse das terras, a compra de maquinário, as tradições do lugar, cartas com conteúdos que mostram toda uma cultura da época”, disse a orientadora da pesquisa, Regina de Oliveira.

Já na visita coordenada pela professora Rosilda Sales, os alunos da Escola de Ensino Fundamental e Médio Irmã Lins, de Viçosa, conheceram o engenho Lambedouro, de propriedade do agricultor Francisco Ferreira (Chico Ferreira), 72 anos, localizado na mesma cidade.

O engenho de “seu Chico” possui mais ou menos 60 anos e apresenta ainda todas as peças antigas. Já chegaram a produzir rapadura, mas agora só produzem cachaça.

As peças do engenho eram feitas em Ubajara, município também da região da Ibiapaba. Nenhuma peça nova consta no engenho velho, que já foi puxado a boi, mas agora é movido à energia. O bagaço da cana vai para os currais.

A cachaça não é só vendida em Viçosa, mas para outros lugares. As caldeiras vieram de Liverpool (Inglaterra) e de Amsterdã (Holanda). Foram trazidas de navio até Camocim e de lá para o Lambedouro (Viçosa do Ceará), no lombo de animais.

Atualmente quem administra o local é o filho de Chico Ferreira, Marcos Vinícius. Adolescentes também já trabalham no engenho, completando a terceira geração que tira da cana-de-açúcar o seu sustento. Chico Ferreira jamais pensou em desistir dessa atividade que herdou do pai, Antônio Ferreira de Sousa.

A Letra Viva e o Sebrae vêm não apenas promovendo o concurso, mas idealizando e planejando as ações que vão nortear novas possibilidades para o desenvolvimento da região, principalmente na área turística.

Um dos objetivos ao final das pesquisas dos alunos é a criação de um Museu dos Engenhos da Ibiapaba, com as peças, documentos, registros, fotos, encontradas e produzidas pelos estudantes. “Temos ficado muito surpresos e satisfeitos com esse trabalho. O concurso História dos Engenhos da Ibiapaba tem 12 escolas inscritas, no total de 60 alunos e 12 professores orientadores.

Premiação

Terminou na última sexta-feira o prazo para os alunos finalizarem a pesquisa e entregar o relatório para a seleção dos três melhores trabalhos”, explicou Rebeca Alcântara, articuladora regional do Sebrae em Tianguá.

A parceria com os organizadores do festival, concluiu Rebeca, têm gerado resultados ótimos ganhando a região, que fortalece sua identidade cultural, o turismo, o agronegócio e a própria comunidade.

Os três melhores trabalhos receberão um espaço especial para exposição durante o Festival Mel, Chorinho e Cachaça 2008, de 1 a 3 de maio, em Viçosa.

As três escolas vencedoras receberão R$ 1.000,00 em livros sobre História Brasileira, em especial sobre a história da sociedade açucareira.

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