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Guarani projeta estocar mais etanol para entressafra

jacyr
“A sinalização é de preços melhores a partir de dezembro”, disse Costa Filho

A estratégia da sucroalcooleira Guarani para comercializar sua produção de etanol neste ciclo 2015/16 deve privilegiar a venda do produto na entressafra, segundo Jacyr Costa Filho, diretor para o Brasil do grupo controlador da Guarani, o francês Tereos. Na visão do executivo, que participou ontem do evento da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), em São Paulo, a combinação de preços deprimidos do biocombustível e de uma demanda forte neste ano pelo produto deve resultar em preços mais remuneradores na entressafra da cana, que começa em dezembro e vai até março de 2016.

Desde abril, os preços do etanol hidratado, que é usado diretamente no tanque dos veículos, caíram 7% na usina de cana-de-açúcar em São Paulo, conforme indicador Cepea/Esalq. Por outro lado, de abril a junho, a demanda pelo biocombustível cresceu 50% no país, para 4,4 bilhões de litros, segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP).

O represamento de recursos para financiar os estoques está entre as razões que explicam a expectativa de alta só na entressafra. Em junho, o governo anunciou que destinaria R$ 2 bilhões para financiar os estoques No entanto, até o momento, os recursos não foram liberados. “Se demorar, os preços vão continuar se retraindo, com grandes chances de melhorarem só na entressafra [dezembro a março]”, previu. Em nota, o BNDES informou que esse programa “será, em breve, submetido à aprovação da diretoria” do banco.

Sobre a empresa, o executivo reiterou ao Valor que o aporte de R$ 250 milhões programado para ser feito pela Petrobras na Guarani está mantido. “Não há nenhuma conversa que indique o contrário”. O aporte faz parte de um contrato firmado em 2010 entre a Petrobras e a Tereos, por meio do qual a estatal se comprometeu a investir R$ 1,6 bilhão para atingir 45,7% do capital da Guarani. Desde então, a estatal já aportou no negócio R$ 1,554 bilhão, e o montante de R$ 250 milhões é a última tranche desse contrato.

Costa Filho também afirmou que a moagem de cana das usinas da Guarani estão dentro do planejamento e que, até agora, as unidades processaram metade do total de 20 milhões de toneladas previsto para o ciclo 2015/16. “O volume de matéria-prima disponível é maior do que isso, mas não sabemos se teremos tempo hábil para processar tudo”, afirmou. Ele observou ainda que, até o momento, a produtividade da cana colhida está em 87 toneladas por hectare e que o teor de açúcar (ATR) está em 126 quilos por tonelada.

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