O Grupo Zilor — que detém cinco unidades produtoras de açúcar, etanol e bioenergia — divulgou em relatório de sustentabilidade das safras 2018/19 e 2019/20 seus indicadores financeiros onde apresentou aumento de seu lucro líquido. “Alcançamos uma evolução relevante dos indicadores financeiros na safra 2019/20. Nossa companhia apurou um lucro líquido de R$ 148 milhões nesse período, revertendo o resultado negativo da safra anterior”, informa a direção da Zilor na publicação.
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No entanto, a queda no preço do barril de óleo – provocada pela disputa comercial entre Arábia Saudita e Rússia e pelo excesso de produção mundial – levou a uma mudança dessas condições positivas no início desta safra 2020/21, mas o grupo ainda não divulgou suas perspectivas para a safra vigente.
Receita líquida cresceu 15% entre as duas safras
Voltando aos números produtivos relacionados às safras 2018/19 e 2019/20, de acordo com o relatório de sustentabilidade, a receita líquida apresentou um crescimento de cerca de 15% entre as duas safras, refletindo os ganhos de eficiência e produtividade alcançados a partir dos diversos projetos de excelência operacional, desenvolvimento tecnológico e gestão de riscos.
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Além desse fator, a receita foi impactada positivamente por efeito não recorrente relativo ao recebimento da primeira parcela de precatório em ação judicial movida pela cooperativa Copersucar contra o tabelamento de preços do etanol do Instituto do Açúcar e do Etanol (IAA), na década de 1980. “A expectativa é que esses pagamentos direcionados à nossa companhia totalizem R$ 2.850 milhões nos anos subsequentes”, prevê a direção da empresa.
A Biorigin – braço do grupo voltado a produção de ingredientes naturais – contou com crescimento da carteira de clientes no mercado internacional, ampliado sua contribuição para a geração de receita da companhia. Na safra 2019/2020, a unidade especializada em biotecnologia respondeu por 23% desse indicador.
Debêntures e CRA possibilitaram a captação de R$ 560 milhões
Um dos principais destaques da gestão financeira no último biênio foram as emissões de debêntures e Certificados Recebíveis do Agronegócio (CRA) que possibilitaram a captação de R$ 560 milhões e R$ 700 milhões no mercado de capitais, respectivamente. Esses recursos contribuíram para a reestruturação da estrutura de financiamento da companhia, o que resultou em maior liquidez para os investimentos e melhora da relação entre dívida líquida e EBITDA.
O valor adicionado distribuído cresceu 39,5% entre as duas safras. Cerca de R$ 1 bilhão foram distribuídos na safra 2018/2019 e R$ 1,5 bilhão na safra 2019/2020, merecendo destaque a parcela destinada à remuneração de capital de terceiros, principalmente juros e aluguéis, que representou 62% e 51% nas safras 2018/2019 e 2019/2020, respectivamente.