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Grupo registra lucro líquido de R$ 155,5 milhões no 6M21

Resultado do semestre é impulsionado por melhor desempenho operacional

O objetivo da MPB é ampliar a produtividade canavieira
O objetivo da MPB é ampliar a produtividade canavieira

Após um período amargando prejuízos, um importante grupo do setor sucroenergético registrou lucro líquido de R$ 155,5 milhões no primeiro semestre da safra 20/21.

No período, a companhia atingiu também recordes históricos, como na moagem, que totalizou 23,3 milhões de toneladas de cana, no ATR Produto, que atingiu 141,1 kg ATR/ton e, na eficiência industrial, que atingiu 1,033. Esses resultados foram 2,4%, 9,3% e 2,1% superiores ao primeiro semestre da safra passada, respectivamente.

Como consequência, no desempenho financeiro, o EBITDA ajustado ex-revenda/HACC cresceu 20,8% e atingiu R$ 1,3 bilhão, o EBITDA Unitário cresceu 18% e atingiu R$ 54,0 por tonelada e o indicador EBITDA menos CAPEX cresceu 29,9% e atingiu R$ 813,4 milhões. As variações são resultado, principalmente, da melhora operacional, do aumento da receita líquida em razão da comercialização de maiores volumes no mercado externo e de melhores preços médios.

Trata-se da Biosev e, segundo seu presidente, Juan José Blanchard, o resultado positivo é fruto de esforços que a empresa tem feito ao longo das últimas safras para elevar a nossa eficiência operacional, aperfeiçoar nossos processos que nos tornem cada vez mais competitivos.

“Seguimos em um ambiente de preços desafiadores, portanto, nosso objetivo será manter o foco na redução de custos, vislumbrando as melhores possibilidades para readequar a estrutura da companhia diante deste cenário”, afirma.

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Juan José Blanchard é CEO da Biosev

No campo, a empresa também registrou bons números. A produtividade medida pelo TCH (+2,6%) foi de 88,1 toneladas de cana por hectare, consequência das melhores práticas agronômicas na renovação do plantio aplicada nos canaviais, além das condições climáticas.

Segundo a companhia, a evolução da qualidade fitossanitária do canavial, junto à eficiência de colheita e ao uso intensivo de maturadores, adubação orgânica e variedades, ajudaram a alcançar o ATR Produto de 141,1 kg ATR/ton.

A produção total em toneladas de ATR produto também superou os seis primeiros meses da safra anterior, contabilizando 3.264 mil toneladas, resultado decorrente da evolução do canavial e da eficiência industrial.

Com a flexibilidade de virada de mix, a companhia manteve 53,9% de sua produção voltada para o açúcar no 6M21, 17,4 p.p. superior ao mesmo período na safra passada, a qual foi direcionada mais para etanol. Com isso a receita líquida do açúcar ex-HACC cresceu 114,2%, alcançando R$ 2 bilhões. Já o mix de anidro (sobre o total de etanol produzido) foi de 33,1% no 6M21, resultado da estratégia comercial de focar em produtos de maior valor agregado, dentro dos subprodutos de etanol.

“O resultado financeiro positivo só aumenta o nosso compromisso em manter a estratégia atual, ganhando eficiência operacional em todas as frentes de trabalho – desde o plantio até a colheita e produção na indústria. Trabalharemos fortemente para manter esse desempenho e seguir com índices competitivos no mercado nacional”, reforça Blanchard.

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Além dos bons números, a Biosev pode passar por um momento mais tranquilo e mirar em um futuro promissor. Isso porque sua controladora, a francesa Louis Dreyfus Company (LDC) divulgou nesta semana, que fechou acordo para vender uma participação de 45% para a ADQ, um fundo soberano de Abu Dhabi.

O novo investimento, o primeiro externo no grupo que tem quase 170 anos, amenizará as dívidas da companhia. Embora o preço do acordo não tenha sido revelado, informações do mercado apontam que cerca de US$ 800 milhões de dólares serão destinados para o pagamento de um empréstimo de US$ 1 bilhão de dólares feito pela controladora para o resgate da Biosev.

Com isso, pode ser que a empresa sucroenergética receba nova atenção de sua controladora e não necessite mais colocar suas unidades à venda. Recentemente, informações movimentaram o mercado com boatos de que a Raízen estava em negociações para comprar a companhia. Pelo visto, um novo capítulo se inicia para a Biosev.

Esta matéria faz parte da Edição 321 do JornalCana. Para conferir, clique AQUI.