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Grupo Odebrecht estuda mercado de açúcar e álcool como novo negócio

O grupo Odebrecht está estudando o mercado de açúcar e álcool como alternativa de negócio. Se confirmada a entrada do grupo neste setor, marcará a estréia da companhia em um terceiro segmento, como parte de um plano estratégico traçado pela Odebrecht ainda em 2000.

Em entrevista ao Valor, Ruy Sampaio, diretor de investimento e planejamento da Odebrecht, conta que a empresa tomou a decisão de mapear o setor sucroalcooleiro no primeiro semestre deste ano. Com base no relatório, pronto há cerca de dois meses, o executivo tem se reunido com os usineiros, governo, Petrobras e bancos para “entender melhor” o segmento.

Com um faturamento da ordem de US$ 10 bilhões, o grupo atua no setor petroquímico e químico, por meio de sua controlada Braskem, criada em 2002, que representa 75% do faturamento, e em construção e engenharia, com a Construtora Norberto Odebrecht (CNO), com fatia de 25%.

“O grupo começou a discutir em 2000 um plano macroestratégico para definir a entrada do grupo em um terceiro negócio”, diz Sampaio. Entre as alternativas, a Odebrecht elencou os segmentos de biotecnologia, transmissão de energia, mineração, que inclui diamantes, e açúcar e álcool.

O novo negócio em maturação dentro da Odebrecht faz parte do plano “Visão 2012”, que prevê o grupo chegar àquele ano com receita anual de US$ 18 bilhões e posicionado entre os cinco maiores conglomerados de capital nacional não-financeiro do país.

Entre as diversas opções, o setor sucroalcooleiro foi o primeiro a ser mapeado pela Odebrecht, conta Sampaio. “Nós pensamos no potencial de oportunidade que está sendo criado por esse setor, sobretudo para o mercado de combustíveis”, diz.

O grupo entende que a região do oeste de São Paulo é um lugar adequado para se fazer os investimentos. A expansão poderia ser feita para o Centro-Oeste, mais precisamente no sul de Goiás, ou mesmo no Triângulo Mineiro, regiões consideradas novas fronteiras agrícolas para cana.

Sampaio ressaltou, mais de uma vez, que ainda não tem negociações em andamento com nenhuma usina. No mercado, contudo, há informações de que a Odebrecht está em conversas com grupos do oeste de São Paulo. O grupo deve se decidir nos próximos meses se vai ou não entrar neste mercado. “Temos que apresentar proposta ao nosso conselho no início de 2007”, afirma Sampaio.

Depois da forte desvalorização do real no início da década, a Odebrecht teve de fazer um forte ajuste dos seus negócios, vendendo ativos para concentrar nos setores de construção e petroquímica. Para fazer caixa e reduzir seu endividamento, o grupo vendeu ativos de reflorestamento para papel e celulose (projeto Veracel), telecomunicações, turismo (complexo hoteleiro de Sauípe) e óleo e gás. Desfez-se ainda de uma empresa de saneamento, mas é sócia de uma empresa de águas em Limeira.

O grupo deixou também concessões rodoviárias, mas faz planos para voltar. A intenção é construir as estradas, passando a a operação para seu parceiro português Banco Espírito Santo. Esse ativo, contudo, ficaria sob o guarda-chuva da área da CNO.

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