Grupo francês investe em biodiesel
O grupo francês Dagris, um dos maiores produtores de algodão do mundo, decidiu apostar na produção de biodiesel de caroço de algodão, girassol e soja no Brasil. Os franceses também ampliarão a atuação de sua trading, a Copaco do Brasil, na comercialização de algodão.
Dona de unidades industriais na África, Ásia e Europa, a estatal francesa construirá uma fábrica de esmagamento de oleaginosas em Luís Eduardo Magalhães (BA) e uma planta de refino e transformação de biodiesel em combustível (esterificação) em Camaçari ou Candeias, também na Bahia.
O anúncio foi feito na última sexta-feira, durante audiência do diretor-presidente do grupo, Gilles Peltier, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O Brasil é um importante exportador mundial, tem produção crescente e necessita de tecnologia”, afirmou Peltier. “Além disso, o mercado de biodiesel será muito importante no médio prazo em todo o mundo”.
Peltier disse que planeja abocanhar 10% do mercado brasileiro de biodiesel até 2010. A Copaco do Brasil vendeu 15 mil toneladas da pluma em 2004. O grupo faturou ? 422 milhões no ano passado.
A Dagris terá isenção fiscal do governo da Bahia e a cessão dos terrenos das prefeituras, além de linhas de financiamento do Banco do Nordeste para sua instalação. A contrapartida será garantir a compra da produção de 600 produtores familiares e de uma cooperativa de assentados da reforma agrária. “O projeto mudará a abordagem sobre a agricultura familiar, garantindo um viés empresarial ao negócio”, disse o ministro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, Jacques Wagner.
O grupo francês prevê comprar 400 mil toneladas de algodão no oeste da Bahia – 30% disso dos fornecedores familiares, que também serão isentos de impostos estaduais e federais.
Wagner informou que a Petrobras deve fazer a distribuição do biodiesel e a petroquímica Unipar, uma parceria para a industrialização. Os planos da Dagris incluem ainda a adaptação da tecnologia de produção de biodiesel para a mamona do Nordeste.
