Grupo chinês Noble planeja investir US$ 250 milhões em etanol no Brasil
O grupo Noble vai investir de US$ 150 milhões a US$ 250 milhões para produzir álcool no Brasil, enquanto abandona, ao menos por enquanto, o plano de ter uma usina na China, devido a mudanças nas regras do país. O grupo deve comprar em breve uma unidade no Brasil de cerca de 100 milhões de galões por ano.
A usina, a primeira da empresa no Brasil, maior produtor mundial de açúcar, marca a agressiva expansão do grupo Noble no mercado dos combustíveis “limpos”, apesar das recentes reduções no preço do petróleo.
Ricardo Leiman, diretor operacional do Noble, disse a agências internacionais que a empresa vê o Brasil como um importante fornecedor global de álcool no futuro, especialmente porque o crescente setor do biocombustível já elevou o preço do milho nos EUA para seu valor mais alto em dez anos. Os EUA utilizam o milho para a produção de etanol.
“Se o mundo precisar de etanol no futuro num contexto de livre-mercado, ele virá do Brasil”, afirmou. “(O país) tem terra, tem mão-de-obra, é o país com menor custo de produção no mundo”, afirmou. Leiman disse que o etanol brasileiro é vantajoso mesmo que o petróleo caia a até cerca de US$ 30 por barril.
A empresa já atua no Brasil, onde responde por cerca de 10% da exportação de etanol, embarcado para os Estados Unidos depois de ser processado em países caribenhos. Além disso, o grupo mantém dez projetos de etanol nos EUA. “Se todos (os projetos nos EUA) forem construídos, planejamos ter uma produção de bilhões de galões”, afirmou ele.
Apesar de o petróleo ter caído do recorde próximo a US$ 80 o barril em julho para quase US$ 50 agora, Leiman está otimista com o mercado do biocombustível, já que “há uma disposição dos governos em fazer uma energia mais limpa”.
Mas Leiman disse que o Noble não busca mais uma parceria para produzir etanol na China, terceiro maior produtor mundial, já que Pequim suspendeu as licenças para usinas de álcool feito de milho, devido a preocupações com a segurança alimentar. Pequim agora está investindo no álcool feito de produtos não alimentícios.