Mercado

GP Investimentos volta a avaliar ativos em açúcar e álcool no país

A GP Investimentos avalia, novamente, fazer aportes no setor sucroalcooleiro. A gestora de recursos uniu-se outra vez ao grupo São Martinho, de Pradópolis (SP), para a eventual compra de ativos nesse segmento.

As duas empresas já tinham feito parceria no início deste ano para negociar a compra da Santelisa Vale, de Sertãozinho (SP). Mas o negócio não foi levado adiante porque a família Biagi optou por fechar um acordo de exclusividade com a multinacional francesa Louis Dreyfus.

Juntas, agora as duas companhias avaliam ativos na região Centro-Sul. Nessa parceria, a GP Investimentos, que ainda não tem participação acionária em usinas de açúcar e álcool, vai se beneficiar da expertise operacional do grupo São Martinho, considerado um dos mais eficientes do país. A gestora entrará com boa parte dos recursos financeiros. “É uma união que prevê o equilíbrio de forças”, afirma uma fonte familiarizada com esta parceria.

Fontes do setor afirmam que as duas empresas entraram no páreo pela Equipav, com duas usinas no noroeste de São Paulo. O Santander, contratado pelo grupo paulista para selecionar os interessados nos ativos do grupo, teria recebido proposta conjunta da GP e São Martinho, além das apresentadas pela Bunge, Açúcar Guarani, controlada pela francesa Tereos, e Cosan, segundo as mesmas fontes. Procurada, a Equipav não comentou.

Ao Valor, a São Martinho informou que não negocia a compra de nenhuma usina neste momento. O grupo está consolidando os investimentos realizados na unidade Boa Vista, de Goiás. Junto com a GP, tem apenas olhado “oportunidades no mercado”. A GP informou, por meio de sua assessoria, que não comentaria a informação.

O movimento de fusões e aquisições no setor sucroalcooleiro está desaquecido desde setembro do ano passado, quando a crise financeira global eclodiu, atingindo as usinas em cheio. Cerca de 50 usinas estão à venda na região Centro-Sul, o que torna os ativos desse setor mais baratos. No entanto, os grupos consolidadores, como a Cosan e Bunge, por exemplo, e investidores interessados nesse segmento estão mais criteriosos em concretizar negócios.

A multinacional Bunge, que avalia os ativos da Equipav, também está no páreo para a compra das usinas do grupo paulista Moema. As negociações seguem em andamento, apurou o Valor. Procurada, a Bunge não comentou a informação.

Neste ano, o grupo Cosan, o maior do país, foi responsável pelo maior negócio realizado no setor. A companhia comprou a Nova América, detentora da marca União. A Louis Dreyfus está negociando a compra da Santelisa Vale. O processo está em andamento e deverá levar mais algumas semanas para ser concluído.

Banner Revistas Mobile