Mercado

Governo vai dificultar a exportação de álcool

Vendas ao exterior terão de passar pela ANP, como o petróleo; objetivo é ampliar a oferta. A crise de escassez de álcool na atual entressafra de cana deve levar o governo federal a adotar medidas adicionais para controlar as exportações e a comercialização do combustível. A primeira providência será ampliar as exigências para o registro das exportações do álcool anidro, que passa a ter o mesmo tratamento dos derivados do petróleo. Com isso, os exportadores terão de comprovar o registro do embarque na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para obter então o registro das exportações emitido pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

A medida preocupa os empresários, que acreditam ser mais um elemento criado deliberadamente para dificultar as vendas externas, mas, ao mesmo tempo, um indicador que o governo federal começa a entender que deve tratar o etanol como um elemento de política energética e não como uma simples commodity agrícola.

O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, que visitou ontem a Feira de Negócios no Setor de Energia (Feicana/Feibio), em Araçatuba (SP), informou que o governo estuda uma série de medidas com o objetivo de apoiar a agricultura de uma forma geral, porque, segundo afirmou, passa por uma crise profunda em inúmeros setores.

Entre as medidas, está adotar instrumentos para evitar a escassez de álcool combustível na próxima entressafra, “por meio da formação de estoques reguladores”. O modelo de estocagem ainda não está definido, afirmou. Nem tampouco o volume de álcool que deve ser estocado. Alguns defendem a estocagem de 2,5 bilhões de litros, suficientes para dois meses de consumo, outros acham que bastaria 1,5 bilhão de litros.

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