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Governo vai defender o etanol no processo de transição energética

O ministro do meio ambiente descarta o fim do veículo a combustão, pois o etanol é uma solução híbrida inteligente e com menor índice de emissões

Ministro Marcos Montes

O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, descartou o fim dos veículos a combustão durante a 21ª edição do Congresso Brasileiro do Agronegócio (CBA).

“Temos que ter muito cuidado com a política ambiental.  O mundo quer eliminar veículos a combustão. Nós do governo federal não vamos deixar que isso aconteça, porque o Brasil tem no etanol uma solução híbrida, muito inteligente, pronta, fácil e que emite muito menos emissões”, disse Leite.

Com o tema “Integrar para fortalecer” o congresso, uma das principais referências do universo agro, organizado pela Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), em parceria com a B3, a bolsa do Brasil, reuniu na segunda-feira, dia 1º, autoridades e especialistas que discorreram sobre as perspectivas do setor.

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O congresso foi dividido em quatro painéis para tratar dos seguintes assuntos: geopolítica, segurança alimentar e interesses; meio ambiente e mercados; tecnologia e informação; e perspectivas 2023/26.

Leite afirmou que o ministério do Meio Ambiente, incentiva a busca de soluções climáticas e ambientais que sejam lucrativas para a natureza, para as pessoas e também para o empreendedor. “É assim que nós vamos criar uma nova economia verde global. Esse é um desafio para o mundo. Se não for lucrativa, ela não vai escalar na velocidade e no tamanho que todos nós queremos”, disse. O ministro destacou ainda que o Brasil é parte da solução. “O consumidor tem que se beneficiar dessas soluções verdes que o Brasil vai desenhar A próxima conferência do clima, a COP 27, prevista para o mês de novembro, no Egito, será um palco do Brasil real, onde iremos mostrar que somos um país mais verde e sustentável”, ressaltou Leite.

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Joaquim Leite (Foto Agência Brasil)

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Marcos Montes, lembrou que um dos problemas que o país enfrenta é de uma comunicação mais efetiva. “Nós não sabemos nos comunicar, não só externamente, mas também internamente”, disse ao sugerir um painel sobre comunicação, a fim de comunicar os feitos e realizações do país na área de sustentabilidade.

O CEO da B3, Gilson Finkelsztain, destacou o crescimento do setor na participação da economia. Esse setor figura como motor da nossa economia, sendo responsável no ano passado, por 27,4% do PIB, a maior participação registrada desde 2004”, informou.

O setor também vem crescendo no mercado financeiro. Segundo Fabiana Perobelli, superintendente de Relacionamento com Clientes da B3, já existe uma estrada pavimentada de instrumentos, que podem ajudar a financiar estes projetos socioambientais e liderar com exemplos aquilo que já deu certo no mercado de carbono.

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“O CPR verde, onde o produtor rural vai poder captar recursos e financiar atividades de proteção. Já temos registros na B3 (dados da semana passada) de quase 11 bilhões só de CPR verde. Fazendo um paralelo com o que foi dito no painel passado, como é importante se comunicar. Se a gente tem um instrumento fácil e acessível ele vai ser utilizado, destacou Fabiana. “Com relação ao CBIO, que vai permitir ao Brasil cumprir suas metas de descarbonização, ano passado foram R$ 30 milhões de emissões, e nesse 1º semestre já ultrapassamos a marca de 15 milhões”, informou.

“E aí só para dar um contexto aqui dos números, e como é que a gente já tem talvez uma estrada pavimentada em relação aos títulos ESG, que já são usados no mercado financeiro (Debêntures, CRI’s, CRA’s, entre outros), todos títulos com foco no projeto socioambiental. Em 2020, a somatória desses títulos tinha sido de R$ 6 bilhões de reais. No ano passado a gente ultrapassou os R$ 40 bilhões. Ainda é pouco, comparado ao mercado internacional, mas mostra uma curva ascendente, uma curva que vai gerar muitos frutos e com certeza vai nos ajudar bastante na criação de instrumentos, também para o mercado de carbono”, informou Fabiana.

 

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