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Governo pode reduzir etanol na gasolina

O governo estuda reduzir a mistura de etanol na gasolina – hoje na proporção de 25% – no fim de setembro ou “no máximo até o dia 1.º de outubro”, disse ontem no Rio o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. “Estamos estudando isso constantemente e acreditamos que poderá ser feito antes do término da safra”, afirmou Lobão, que, em seguida, frisou: “Veja bem, não disse que será, mas que pode ser”.

A estratégia da redução da mistura já foi adotada várias vezes pelo governo como forma de preservar a oferta nos anos em que ela está reduzida em relação ao consumo. A medida, no entanto, nunca foi tomada durante um período de safra de cana-de-açúcar. Geralmente ocorre no fim da entressafra, que vai de novembro a abril.

Segundo o ministro, a ideia é adotar a mesma estratégia utilizada ao acionar usinas térmicas movidas a óleo e a gás natural, para poupar os reservatórios de hidrelétricas em anos menos chuvosos. “O problema é que a demanda cresceu muito e a oferta (de etanol) não acompanhou”, disse Lobão. A legislação prevê que a mistura pode variar entre 18% e 25%. O piso da mistura, que era de 20%, foi alterado este ano pela presidente Dilma Rousseff, como forma de alertar o setor sucroalcooleiro depois das constantes altas de preço do produto na bomba de combustível na entressafra deste ano.

Além da redução na mistura, o ministro sinalizou com a possibilidade de financiamento do governo federal aos usineiros para que providenciem estocagem e expansão dos canaviais, visando ao aumento da produção de etanol. Ele negou, porém, que o governo estude a concessão de algum tipo de isenção fiscal aos produtores de cana-de-açúcar. “O incentivo é feito de que maneira? Empréstimo com juro subsidiado do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) basicamente. Todos os empresários são atendidos com financiamentos. Os que vão construir hidrelétricas têm, não são só os produtores de etanol, não”, disse ele.

Outra medida para evitar os picos de preço do etanol na entressafra da cana em 2012 será colocada em prática em agosto pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Segundo o diretor-geral da reguladora, Haroldo Lima, no próximo mês deverão ser assinados os primeiros contratos “de longo prazo” entre as distribuidoras de etanol e as usinas produtoras.

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