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Governo do Ceará quer novas usinas de álcool

Depois do processo de sucateamento do setor, que vem se arrastando há décadas, o governo do Estado pretende, agora, reerguer a atividade sucroalcooleira no Ceará, mais especificamente na Região do Cariri. O governador já informou que deverá trazer para a localidade novas usinas de álcool, e o governo se mobiliza, agora, para conseguir atrair investidores para o Estado.

“Estamos trabalhando não para recuperar a antiga produção, mas para reativar a atividade da região, mobilizando-nos em algumas frentes”, afirma o presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Ceará (Adece), Antônio Balhmann. “Vamos redimensionar o setor que é importante, especialmente em Barbalha”.

Segundo ele, o Estado está trabalhando com uma alternativa de retomada através de um investidor privado já definido, mas que prefere não divulgar ainda o nome, pelo projeto ainda estar em negociação. Entretanto, a agência já se movimenta em outras frentes, com outras oportunidades de investimentos, ainda não esclarecidas pelo presidente da Adece.

A pretensão de recuperar o setor já havia sido levantada pelo governo anterior, quando lançou o programa Renovacana Cariri, que pretendia, em cinco anos, elevar em 260% a produção de cana-de-açúcar no Estado, de onde se destila o álcool. Entretanto, apesar de gerar um aumento na quantidade de hectares cultivados, a revitalização esperada do parque industrial não foi alcançada.

A Usina Manoel Costa Filho, localizada em Barbalha e que absorveu, por quase 30 anos, a produção no Cariri, encontra-se desativada, em dívida com os produtores. Os representantes do setor na região há muito admitem a necessidade de uma empresa moderna, com novas tecnologias de produção.

Dados do setor

Os resultados obtidos pelo setor sucroalcooleiro no Estado, nos últimos anos, não têm sido muito animadores. No Nordeste, que apresentou patamares consideráveis crescimento na atividade, o Ceará é um dos poucos estados que apontaram queda.

De acordo com dados do IBGE, a área plantada de cana-de-açúcar no Ceará sofreu, de 1999 à safra de 2004/2005, a maior queda do Nordeste, reduzindo em 11%, enquanto que a região cresceu 4,9%. O Maranhão, por exemplo, teve elevação de 43,3% na sua área. A produção também teve a maior queda por aqui: 9,3%. Além do Ceará, somente Alagoas teve retração (-2,1%).

Já especificamente sobre a produção de álcool etílico neutro, o Estado caiu de 2.435 metros cúbicos produzidos para 317 metros cúbicos, entre as safras de 1999/2000 e 2003/2004, segundo dados da Unica 2005, entidade que representa produtores. No mesmo período, a Região Nordeste teve incremento de 24%.

Ásia

O Governo do Estado está empenhado em buscar investidores de diversos países do mundo para dar seguimento aos projetos econômicos da atual gestão. Para isso, uma comitiva de empresários e representantes do governo estará iniciando, no próximo dia 07, uma visita institucional à Coréia do Sul.

A viagem já havia sido anunciada há alguns meses e, agora, o governo pensa em esticar o roteiro e prospectar investimentos privados também em dois grandes emergentes asiáticos: a China e a Índia.

A informação foi dada ontem pelo presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado (Adece), Antônio Balhmann. “Vamos realizar conversas com investidores e ver as possibilidades de negócios nestes países”, afirma.

Segundo o presidente da Agência de Desenvolvimento, a agenda de compromissos nos destinos ainda não está definida, e o governo está avaliando se realiza a viagem aos três países de só uma vez, ou se a realiza fracionadamente. (Sérgio de Sousa)

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