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Governo dará incentivo a carro ´verde´

O governo fará uma correção nas regras do regime automotivo para incluir os veículos elétricos e híbridos na nova política industrial.

O programa passou a valer neste ano e tem vigência até 2017. Ele prevê benefícios fiscais para quem atingir as exigências do governo.

Entre as obrigações -que vão de investimento em pesquisa a um mínimo de peças nacionais-, um dos maiores desafios, na visão das montadoras, é o de atingir a meta de melhorar em 12% a eficiência dos carros até 2017.

Como a conta é feita pela média de todos as unidades da marca, veículos elétricos e híbridos, de consumo inferior, poderiam ajudar montadoras que têm o modelo a alcançar a meta.

O texto inicial do regime, contudo, não previa a participação da categoria.

Segundo a Folha apurou, a correção será incluída em um decreto com especificações técnicas do regime a ser publicado nos próximos dias.

O governo estuda ainda dar um peso maior para o grupo na conta, como já é feito em países desenvolvidos- um elétrico, por exemplo, contaria por três.

Para a indústria, as medida são bem-vindas, mas insuficiente para viabilizar a categoria. “Nos outros mercados, conta muito porque já tem um volume razoável. A ideia é boa, mas você precisa criar um mínimo de mercado”, afirma o vice-presidente da Ford, Rogelio Golfarb.

A Ford, assim como as outras, acredita que a criação do mercado será possível quando o governo criar uma classificação tributária específica para a categoria.

Hoje, os veículos elétricos pagam 25% de IPI e os híbridos são tributados de acordo com a motorização, em geral acima de 13%.

Os grupos também pedem um alívio no Imposto de Importação, de 35%, como um caminho para viabilizar a produção nacional no futuro.

Com essas medidas, em estudo pelo governo, o Fusion, híbrido da Ford, passaria a custar 5% a mais que o normal, e não 30% como hoje, estima Golfarb. O Prius, recém-chegado híbrido da Toyota, teria uma redução de R$ 30 mil, o que poderia elevar a estimativa de vendas de cem para 500 unidades/mês.

No debate sobre políticas para categoria, governo e montadoras começam convergir em um ponto: incluir o etanol nas novas tecnologias.

O caminho natural seria um híbrido a etanol, como sugere Bruno Jorge, da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial).

Sem o alívio tributário ainda, Ford e Toyota contam hoje com o que consideram uma demanda “espontânea”por seus modelos, de consumidores como o aposentado Sérgio Pesse, que viu o modelo em pesquisas na internet.

“Comprei mesmo assim [sem incentivos], porque eu quero conhecer o carro”, diz.

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