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Governo brasileiro pode retomar investimentos em energia na Bolívia

Quatro meses depois da nacionalização das reservas de gás e petróleo e da ocupação das refinarias da Petrobras pelo exército boliviano, o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, anunciou ontem que o governo brasileiro pode retomar os investimentos na Bolívia. A declaração foi feita ontem durante a abertura da Rio Oil&Gas Expo 2006, no Riocentro. Silas Rondeau participará de uma reunião na próxima quinta-feira (dia 14) entre representantes da Petrobras e da Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) para dar prosseguimento às discussões sobre o aumento extraordinário dos preços do gás boliviano.

Brasil pode oferecer projetos em energia e biodiesel

O ministro, que participou ontem da abertura da Rio Oil&Gas Expo 2006, disse que mais importante do que a questão de preços é analisar a possibilidade de desenvolver projetos futuros como biodiesel, geração elétrica na fronteira e pólo gás químico, entre outros.

— A Petrobras está vendo se investe ou não na Bolívia. O governo brasileiro acha que deve ter oportunidades no andar dessas negociações, de encontrar uma forma melhor para ajudar a Bolívia no que for possível — afirmou Rondeau.

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, que estava ao lado do ministro, mostrou-se visivelmente constrangido e irritado. Logo após, fez questão de afirmar que o governo brasileiro tem inúmeros outros projetos de interesse na Bolívia que não são necessariamente da Petrobras, que tem hoje já US$1,5 bilhão investido no país vizinho.

— O ministro disse que é necessário analisar um conjunto de negócios na Bolívia, que são do governo. Não é só Petrobras. O governo brasileiro tem dezenas, centenas de interesses na Bolívia — garantiu Gabrielli.

O presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), organizador do evento, João Carlos França de Luca, destacou o incremento das atividades petrolíferas no país que terão investimentos da ordem de US$100 bilhões nos próximos cinco anos, dos quais US$75 bilhões da Petrobras. Mas ressaltou que um dos entraves atuais é a questão do licenciamento ambiental dos projetos.

— É preciso encontrar uma posição de equilíbrio entre a necessidade de proteção ao meio ambiente e as necessidades das empresas, por meio de uma legislação mais flexível — destacou De Luca.

O diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, por sua vez, anunciou que, nos próximos meses, a companhia vai aumentar as exportações de petróleo, devido à entrada em operação de novos sistemas. Segundo Costa, o volume exportado deverá superar os 500 mil barris por dia, contra cerca de 300 mil barris diários atuais. O diretor anunciou, também, que a Petrobras fechou um contrato para exportar 550 mil toneladas de óleo combustível com apenas 1% de teor de enxofre para o Chipre. O contrato é de um ano, no valor de US$200 milhões.

O presidente da Petrobras informou que continua analisando a compra de uma nova refinaria no exterior. Estão sendo analisadas oportunidades nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia, principalmente no Japão.

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