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Governo aposta no etanol

A resistência de empresas petrolíferas no Japão de adotar a mistura de etanol à gasolina é tamanha que algumas nem mesmo aceitaram o convite de empresários brasileiros do setor sucroalcooleiro para visitar o Brasil. O convite foi feito numa reunião entre os dois lados na quarta-feira, em Tóquio. Uma lei de 2003 permite a adição de até 3% de etanol à gasolina no país asiático, processo ainda em adoção. A mistura significaria para o Brasil um mercado em potencial para vender seu produto e atrair investimentos para a produção.

Algumas empresas, no entanto, aceitaram o convite, cujo objetivo é mostrar a viabilidade técnica e comercial do combustível feito a partir da cana-de-açúcar e a capacidade do Brasil de abastecer o mercado externo. Segundo o diretor-presidente do Japan External Trade Organization (Jetro) em São Paulo, Teiji Sakurai, a visita de empresários ao Brasil pode fazer diferença nesse assunto.

Etanol é o produto que o Brasil mais está promovendo na viagem do presidente Lula ao Japão, embora no discurso ao Parlamento, quinta-feira, Lula tenha informado que o país quer também exportar mais aviões e software. O assunto se mantém na pauta da viagem.

– O emprego do etanol como aditivo à gasolina permitirá ao Japão alcançar a redução de emissão de gases acordada no Protocolo de Kyoto e, ao mesmo diversificar sua matriz energética – enfatizou.

O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, afirmou que há cerca de três meses foi procurado pela Mitsubishi, interessada em estudar a possibilidade de investir na produção de etanol no Brasil. Segundo Biagi, antes de mais nada é importante convencer os japoneses a usar o etanol. Isso ajudaria no esforço brasileiro de tornar o produto uma commodity e de criar e expandir um mercado internacional.

Mesmo que o Japão não compre etanol do Brasil, só o fato de adotar o uso do produto poderia incentivar outros países a usá-lo. O país é o único que hoje é um usuário em potencial, mas não tem capacidade para produzi-lo. Em 2004, o Brasil exportou 2,5 bilhões de litros.(C.M.)

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