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Governo amplia o cerco ao mercado de álcool combustível

Dados sobre venda de etanol passam a ser acompanhados pelo Conselho de Política Energética. O governo amplia o cerco na tentativa de manter sob controle a produção e a comercialização do álcool. Desde janeiro, quando o combustível começou a faltar no mercado e os preços subiram para níveis acima do combinado entre usineiros e o governo federal, os usineiros passaram a ser vigiados por Brasília. O motivo da preocupação é o fato de o álcool já representar 15% do total dos combustíveis líquidos. E ainda ser o único combustível de cerca de 40% dos veículos leves que rodam no País.

Não estão definidos os critérios de controle da comercialização do combustível, mas a aproximação entre as instituições ligadas ao setor de energia e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) já foi providenciada.

Desde sexta-feira, o Mapa tem assento no Conselho Nacional de Política Energética, do qual fazem parte representantes dos ministérios de Minas e Energia e Meio Ambiente.

Dentro de algumas semanas, deverá estar oficializado o convênio entre o Mapa e a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Os detalhes do convênio ainda não foram definidos. Falta estabelecer o que é passível de controle. O Mapa insiste que álcool é produto agrícola e boa parte do produto é usada para outros fins.

O diretor do Departamento de Álcool e Agroenergia do Mapa, Ângelo Bressan, credita o assento destinado à Agricultura no Conselho de Política Energética a uma medida mais política do que prática. Isso não se aplica ao convênio que está sendo estruturado entre o Mapa e a ANP. Bressan acredita que a estrutura desse convênio deverá estar definida em duas semanas. Caberá à Agricultura passar os dados relativos ao destino do álcool e o volume dos estoques nas usinas, para evitar novas crises.

Não está previsto, porém, controle de preços e tampouco das exportações. Deverá prevalecer a livre economia de mercado, cujas forças já se manifestam neste início de safra. Na semana passada, o preço do hidratado caiu para R$ 1,1586 por litro nas usinas de São Paulo, queda de 3,1% em relação à semana anterior. O preço permanece 8,6% acima do prometido pelos usineiros ao governo. Mas a tendência é de queda mais acentuada, com o avanço da colheita da safra de cana.

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