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Governo altera método para uso de usinas térmicas e promete redução de gastos

O Ministério de Minas e Energia apresentou nesta quarta-feira (24) para a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) um novo método para decidir quando as usinas térmicas devem ser ligadas e quanto dessa energia deve ser contratada a cada mês.

Essas geradoras usam, por exemplo, carvão, gás e óleo combustível e custam mais caro para o setor e para o consumidor, além de serem mais poluentes.

O texto deve passar agora por audiência pública. Caso seja aprovado, deve ser aplicado já em setembro deste ano.

De acordo com o secretário executivo do MME, Márcio Zimmermann, trata-se de uma fórmula complexa e mais precisa que irá antecipar possíveis riscos do sistema, prevendo as variações dos reservatórios, a quantidade de chuva ou a afluência dos rios.

Com esse novo método, a contratação das usinas térmicas mais baratas deve ocorrer com maior frequência e esse gasto será incorporado ao da energia –rateado entre o setor e consumidores.

Ao mesmo tempo, deve ser reduzido o uso emergencial dessas usinas. Isso evita, principalmente, a contratação das térmicas mais caras.

“Ao antecipar os despachos fazemos uso das térmicas mais baratas, evitamos o uso das mais caras e o sistema fica mais eficiente e seguro. Além disso, esse custo passa a ser mais previsível”, explicou Zimmermann.

As térmicas ´mais caras´, segundo o secretário, custam, em média, dez vezes mais que as ´mais baratas´.

No fim do ano passado, com a chegada de uma forte seca e diante do baixo nível dos reservatórios, o governo se viu obrigado a ligar todas as térmicas.

Desde setembro do ano passado essas geradoras estavam contratadas a pleno. As mais caras começaram a ser desligadas apenas em abril deste ano.

Para evitar que o custo recaísse integralmente sobre as contas dos consumidores e afetasse o desconto prometido pela presidente Dilma Rousseff, os valores foram antecipados pelo governo e serão diluídos nas faturas ao longo dos próximos cinco anos.

Gastos

Conforme a Folha apurou, de janeiro até o início de junho deste ano, o governo teve de pagar R$ 8 bilhões para bancar a redução média de 20% nas contas de luz, em vigor desde fevereiro, mesmo com o uso reforçado das usinas termelétricas, cuja energia é mais cara.

O número é tratado de forma sigilosa pelo governo.

Calculado por técnicos do governo, o número inclui todas as despesas pagas pelo fundo do setor, a CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), em nome de duas missões: manter a energia mais barata e segurar o impacto da geração térmica sobre as tarifas.

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