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Governo adota cautela para antecipar meta de biodiesel

O governo vai esperar uma oferta maior de biodiesel e a consolidação da cadeia produtiva antes de antecipar a meta de adição obrigatória de 5 por cento do produto no diesel convencional.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em discurso nesta quarta-feira que “não se deixará levar pela empolgação nem colocará o carro diante dos bois” pois é preciso garantir primeiramente a oferta.

“Mais importante que antecipar metas e planejar mercado é consolidar a cadeia produtiva”, afirmou Lula durante o 1o Encontro Nacional de Biocombustíveis organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

As metas originais, previstas em lei, são de adição obrigatória de 2 por cento de biodiesel no diesel a partir de 2008 e de 5 por cento a partir de 2013, mas esta última deverá ser antecipada, como já admitiu o governo anteriormente.

Mais cedo, no mesmo evento, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que centraliza o programa, afirmou que a cautela do governo se deve ao receio de se repetir o erro do etanol, lembrando problemas com oferta de álcool combustível nos últimos anos.

“Temos que ter segurança que vai ter suprimento”, disse ela.

A principal dúvida no setor é sobre em quantos anos a meta de B5 (mistura de 5 por cento de biodiesel) seria antecipada.

A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realizou até o momento quatro leilões de compra de biodiesel, para ser repassado a refinarias e distribuidores, com volume total de 840 milhões de litros.

Inicialmente, o volume seria suficiente para atender a demanda de 2008, mas algumas empresas anteciparam a adição do combustível alternativo no diesel, que já está sendo comercializado neste ano, o que levará a ANP a fazer novas compras no mercado para garantir o abastecimento.

Segundo Dilma, o governo vai economizar 160 milhões de dólares até 2008 com a redução da necessidade de importação de diesel, devido à mistura com o biodiesel.

A ministra reafirmou a estratégia do governo de estimular a produção do combustível alternativo e disse que estão definidos 355 milhões de reais para investimentos em pesquisa e desenvolvimento de biocombustíveis entre 2006 e 2008.

“Vamos estimular as pesquisas porque somos líderes em etanol e queremos ser líderes no biodiesel. O governo está investindo pesado para consolidar essa liderança.”

Lula afirmou que elegeu o biodiesel como “paixão governamental” e destacou a necessidade de diversificação da matriz energética, criticando a crise do apagão no governo Fernando Henrique Cardoso.

“Foram 20 anos em que a economia brasileira se arrastou como xaxado, arrastava só o pé para não gastar energia. E só veio a aparecer em 2001 quando o país potente, vendido no exterior com galhardia, foi vítima do apagão, que quase ninguém esperava”, disse Lula.

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