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Gota de esperança

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Em 8 de maio último, os produtores de cana-de-açúcar viram o último fio de esperança se esvair. De Brasília, a notícia de que a presidente Dilma Rousseff vetou o subsídio aos trabalhadores afetados pela pior seca dos últimos 40 anos revoltou a classe. “Foi uma notícia desastrosa para todos nós, pois contávamos com essa subvenção para amenizar o nosso prejuízo”, lamentou o presidente da Asplan — Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba, Murilo Paraíso.

Cerca de uma semana depois, em reunião realizada no Ministério da Fazenda, a informação de que o Governo Federal retrocedeu, voltando à subvenção aos produtores nordestinos, já seria o suficiente para dar sobrevida a região.

Contudo, representantes do segmento negociaram e conseguiram que o valor, anteriormente fixado em R$ 10, subisse para R$ 12 por tonelada de cana fornecida. “A dimensão do impacto e do prejuízo foram apresentados detalhadamente, contribuindo para que o governo pudesse reparar o que seria um significativo erro com o segmento agrícola”, diz o presidente da Unida — União Nordestina dos Produtores de Cana, Alexandre Andrade Lima.

O benefício não é uma política nova do Governo Federal. Há três anos o produtor recebe o auxílio da Conab — Companhia Nacional de Abastecimento. Até o ano passado, a subvenção equivalia a R$ 5,00 por tonelada de cana fornecida às usinas, até o limite de mil toneladas por produtor.

“O auxílio será importante para dar sustentabilidade na região canavieira. Isso porque a seca promoveu uma perda de R$ 18 por tonelada de cana. O benefício vem ao socorro dos produtores da Zona da Mata, que também sofriam com os efeitos da estiagem. Além do mais, a subvenção auxilia o produtor economicamente diante da crise vivida por toda a cadeia sucroenergética, devido à política da Petrobras de incentivo à gasolina”, afirma Lima.

Apenas na região citada, no último ciclo, um terço da produção foi perdida e 15% da nova já foi afetada com a morte de socarias. Lá, a cana-de-açúcar, que em média vive seis safras, está morrendo antes do tempo por conta do déficit hídrico no solo. “Investimentos em obras estruturantes são imprescindíveis para redução dos danos causados pela seca, principalmente na Mata Norte do Estado de Pernambuco”, aponta Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar — Sindicato das Indústrias do Açúcar de Pernambuco.

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