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Goiás avança na produção de cana

Com 33 usinas em funcionamento, Goiás deve produzir em torno de 48 milhões de toneladas de cana nesta safra, podendo saltar do 4º para o 3º lugar no ranking dos maiores produtores do País. Hoje, o Estado também é o segundo maior produtor de etanol no Brasil. Nos últimos 12 anos, incentivos fiscais atraíram investimentos para o mercado. A continuação do desenvolvimento ocorrerá com melhoria nas estradas, ferrovias e construção de dutos.

Enquanto o crescimento esperado no País é de 15%, Goiás deve crescer 20% neste ano, em relação à safra passada, e a produção de etanol 33%. O Estado produzirá em torno de 2,8 bilhões de litros de etanol e 1,8 milhão de toneladas de açúcar. A região possui 65% das usinas trabalhando de modo mecanizado. A exportação começa a se desenvolver e promete ser a próxima etapa. No ano passado, 3% da produção foi exportada.

Presidente do Sindicato das Indústrias de Fabricação de Álcool de Goiás (Sifaeg), André Rocha conta que o crescimento se deu a partir de incentivos fiscais e do desenvolvimento do mercado interno. “Há 12 anos tínhamos só 11 usinas. Hoje, 40% da frota de carros é flex e 58% utiliza etanol, somando o anidro e hidratado.” Diretor comercial e administrativo da Usina Jalles Machado, em Goianésia, Segundo Braoios diz que Goiás tem abundância de terras a preço acessível e o clima é favorável.

Ronaldo Campos, responsável pela área de logística do Conselho Nacional de Abastecimento (Conab) em Goiás, diz que ainda há espaço em áreas degradadas, especialmente no norte e nordeste. “Goiás tem tudo para ser o maior produtor do País.” Bartolomeu Pereira, presidente da comissão de cana-de-açúcar da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), conta que a expansão do setor se dá pela rentabilidade do produtor rural.

Em Goiás, o preço do etanol está 40% mais barato do que o da gasolina, o que aumenta seu consumo. É o mercado que define a preferência pelo etanol, como diz Paulo Ferreira, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg). Ele reitera que o Estado é capaz de suportar a chegada de novas usinas, especialmente com a finalização da Ferrovia Norte-Sul e com investimentos em infraestrutura.

Manter o preço do etanol até 30% abaixo do da gasolina é primordial para o desenvolvimento. André aconselha a diminuição da alíquota do ICMS ao produto para 15% (hoje é 20%, e 25% daquele adicionado à gasolina) como boa ação para o mercado. A expectativa pela finalização da Ferrovia Norte-Sul, estimada para o próximo ano, também se relaciona à expansão do mercado. Paulo enfatiza que este projeto, somado à construção de um alcoolduto, aumentaria a competitividade do Estado. A área de cana-de-açúcar plantada é de 1% do território goia! no.

A situação dos trabalhadores rurais, cuja maioria é analfabeta ou semianalfabeta, é um dos agravantes do desenvolvimento do setor. Cada colheitadeira mecânica realiza o serviço de 80 trabalhadores. Em 2005, com 14 usinas sucroalcooleiras, havia 60 mil trabalhadores rurais; hoje, com 33, há apenas 30 mil.

Gilmar Alves (PMDB) é prefeito de Quirinópolis, principal polo do setor sucroalcooleiro em Goiás, e afirma que as duas grandes usinas do município modificaram o cotidiano. Responsável por cerca de 30% do PIB municipal, as usinas empregam 1.800 funcionários diretos e outros mil indiretos. Já em Goianésia, o plano da usina é expandir os investimentos. A Jalles Machado pretende inaugurar sua filial já para a próxima safra. Braoios garante que a empresa emprega pessoas da região e oferece treinamento a elas.

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