JornalCana

GNV chega a Niterói e atenderá 15 mil clientes

Um posto de combustíveis e a empresa naval Brasil Amarras foram os primeiros estabelecimentos a receber o Gás Natural Veicular (GNV) ontem, em Niterói. A Brasil Amarras terá economia de cerca de 25% com a substituição de combustível, equivalente a mais de R$ 1 milhão por ano, segundo informou o presidente da empresa, Elízio Moreira da Fonseca. O consumo será de 70 mil metros cúbicos ao mês nos fornos de tratamento térmico, no lugar das antigas 56 toneladas de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) utilizadas antes.

O investimento no projeto de ampliação do fornecimento do energético para Niterói e São Gonçalo foi de cerca de R$ 150 milhões. O gás já chegou a mais de 9 mil clientes residenciais e comerciais em 13 bairros, além de dois postos de Gás Natural Veicular, com um gasoduto de 36 quilômetros a partir do município de Itaboraí e mais 41 quilômetros de redes secundárias dentro de Niterói. A estimativa é chegar a 15 mil clientes e mais dois postos até o final de 2005.

O início oficial do fornecimento de gás natural para Niterói contou com a presença da governadora Rosinha Garotinho, do secretário de Estado de Energia, Indústria Naval e Petróleo, Wagner Victer, e do presidente da CEG e CEG Rio, Daniel Jordá, entre outros. Rosinha comentou a afirmação da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que alegou na última terça-feira que um novo reajuste no preço do GNV se faz necessário pela diminuição de fornecimento. “O Governo federal não tem competência para agir na distribuição do gás, somente na produção. Vamos mostrar ao presidente Lula que estamos crescendo neste setor”, disse Rosinha.

Em 2006, o combustível chegará à região oceânica de Niterói, e nos próximos cinco anos deve ser estendido a 42 mil residências e estabelecimentos comerciais, através de uma rede de 220 quilômetros, a ser construída, e 20 postos. Trinta e dois municípios fluminenses têm o gás natural atualmente, atendendo a 90% da população do Estado, e até o final de 2008 a previsão é de que outras 10 cidades sejam atendidas. Enquanto o gás natural representa 7% da matriz energética brasileira, no Rio de Janeiro este índice é de 22%, marca que o País só chegará em 2015.

As obras para a implantação do gás na cidade vão gerar cerca de 1,5 mil empregos diretos. Segundo a governadora, os próximos municípios a serem atendidos até o final de 2006 serão Paraíba do Sul, Teresópolis, Três Rios e Paulo de Frontin, e Maricá, em 2007. “Temos o menor índice de desemprego entre as regiões metropolitanas. O setor naval já criou 25 mil empregos diretos, com carteira assinada, e de 120 mil a 130 mil indiretos. Nos próximos três anos o setor têxtil vai gerar outras 300 mil vagas”, disse a governadora. Ela informou que esses segmentos não são computados pelo IBGE.

A Brasil Amarras foi fundada em 78, como fabricante de peças para navios, e se tornou a única fabricante de amarras no hemisfério sul, uma das sete existentes no mundo. Ela será abastecida por uma rede de média pressão de 1,6 quilômetro interligada ao gasoduto principal. A CEG utilizou os recursos mais avançados, como a perfuração dirigida, técnica não destrutiva de escavação do subsolo que exige somente pequenas intervenções.

Biodiesel começa a ser vendido em 5 postos

Principal investidora na rede de distribuição de biodiesel no País, a mineira Ale iniciou ontem a venda do combustível em cinco postos, localizados estrategicamente em regiões de transportes de carga no Estado do Rio.

A empresa, que ocupa 2% da fatia de venda de óleo diesel no mercado brasileiro, agora possui unidades de biodiesel em três Estados (Rio, São Paulo e Minas), e quer chegar ao final do ano com 76 pontos de venda do produto, número que deve subir para 250 em 2006. Para suprir essa rede, serão necessários 36,5 milhões de litros da chamada mistura B2 (2% de biodiesel no diesel) por ano. “O histórico dos pontos de venda já instalados nos mostra que a comercialização do diesel aumentou em 15% onde vendemos o biocombustível, apesar de ele ter um acréscimo em torno de R$ 0,02 em relação ao diesel comum”, analisa o diretor-superintendente da companhia, Cláudio Zattar.

A estratégia da empresa é bastante simples: antes que a adição do produto ao diesel na proporção de 2% seja obrigatória, como está previsto na legislação para acontecer em 2008, a Ale vai se aproveitar do apelo ambiental que o combustível possui para ampliar sua fatia no mercado.

Óleo é produzido em indústria do pará

Hoje, segundo Zattar, a Ale compra o biodiesel da Agroplanta, primeira indústria no setor, instalada em Belém (PA). O óleo é produzido a partir do nabo forrageiro e do girassol, transportado até as bases da distribuidora na Região Sudeste, misturado ao óleo diesel e armazenado. “O custo logístico desta operação ainda é o que encarece o produto, já que representa um terço do seu custo final, mas acreditamos que, quando for produzido em maior escala, o biodiesel poderá custar bem menos do que o óleo diesel”, avalia.

Atuando na área de distribuição, com 450 postos com sua bandeira e mais de dois mil clientes entre grandes consumidores e pontos de venda com bandeira branca, a Ale não descarta estender sua atuação para a área de produção deste biocombustível. Estudos encomendados pela empresa, e que devem ser concluídos até o final do ano, avaliam qual seria a melhor semente para a fabricação do óleo, e a localização ideal para a instalação de uma unidade produtora.

A Ale, lembra ele, já vem se aventurando em outras áreas além da distribuição de combustíveis, dentro do conceito “do poço ao posto”. No último leilão da Agência Nacional do Petróleo (ANP) a empresa disputou três áreas em bacias de campos maduros inativos e arrematou duas no Recôncavo Baiano, para onde se comprometeu a destinar investimentos de R$ 15 milhões.

No total, em sua rede de distribuição, a companhia vem investindo cerca de R$ 25 milhões anuais e deve manter este volume nos próximos três anos, com intenção de ampliar sua rede dos atuais 450 para 800 postos em 2008, elevando o faturamento dos atuais R$ 2,6 bilhões em 2005 para R$ 4,5 bilhões. Fundada em 1997, a Ale Combustíveis integra o Grupo Asamar, um dos maiores conglomerados privados de Minas Gerais, que, em 2004, completou 73 anos de atuação.

O grupo, que atuava na área cimenteira antes de se dedicar ao ramo de petróleo, atualmente tem negócios também nas áreas de empreendimentos imobiliários, construções em estruturas metálicas, produtos para construções em aço, reflorestamento e produtos de madeira, entre outras atividades.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram