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Glencore compra usina de etanol Rio Vermelho por cerca de R$ 80 mi

Foi fechada na terça-feira a venda de aproximadamente 70% da usina de etanol Rio Vermelho, de Junqueirópolis (SP), para a trading suíça Glencore.

O valor do negócio é superior a US$ 80 milhões segundo a União dos Produtores de Bioenergia (UDOP). Empresa não quis falar sobre o assunto.

A aquisição marca a entrada da Glencore na operação de etanol no Brasil. A empresa suíça comercializa grandes volumes de metais, petróleo, carvão e produtos agrícolas e tem mais de 50 mil empregados diretos e indiretos em mais de quarenta países. Nas próximas semanas, a Glencore definirá o novo plano operacional da Rio Vermelho. Desde outubro, o executivo Jean Lesur, que já trabalhou na usina de álcool Infinity Bio-Energy, tem se dedicado à transição entre a administração da família Garieri, os ex-controladores da Rio Vermelho, e a administração da Glencore. Seu nome é cotado para a posição de presidente da usina.

Atualmente, a Rio Vermelho produz apenas etanol hidratado, mas a estratégia é equipá-la rapidamente para produzir açúcar, um dos principais produtos comercializados pela Glencore no mercado internacional. Criada em 2007, a usina Rio Vermelho tem capacidade de processar até 1,3 milhão de toneladas de cana-de-açúcar. Nos últimos dois anos, porém, foi atingida duramente pela crise financeira mundial, chegando a demitir grande parte dos funcionários no auge da depressão.

O negócio com a Glencore foi exatamente a saída encontrada pela família Garieri, que ainda ficará com cerca de 30% da empresa e mantém investimentos em outras áreas do agronegócio, como a plantação de laranja. O movimento da trading Glencore é mais um passo em direção ao crescimento da participação de grupos estrangeiros no setor sucroalcooleiro brasileiro. Em dois anos, o percentual do mercado nas mãos de capital externo passou de 15% para 25%.

Outras grandes tradings multinacionais já marcaram posição no segmento, com a Bunge, que adquiriu a Moema e a Louis Dreyfus Commodities entrando na Santelisa Vale. Nos últimos meses, Cargill e ADM também fizeram investidas, mas sem sucesso. Por enquanto, estão consolidando o setor de biodiesel.

Além das tradings, as companhias de petróleo também aumentaram sua participação. A Shell criou uma gigante com a associação com a Cosan, e a pioneira British Petroleum (BP), depois de um início tímido com a Tropical, avança em direção à Cerradinho.

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