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Girassol recupera a safrinha

Este inverno, o produtor rural Toshimito Varicoda não vai destinar toda a sua área, em Itapetininga (SP), para trigo e milho.

Com o preço baixo desses grãos e custo de produção elevado, ele dividirá a área com uma cultura de baixo custo, mas que recupera o solo. Invisto no solo agora e colho mais no futuro. Varicoda escolheu o girassol, uma das lavouras de inverno mais versáteis. Além de produzir massa verde e uma semente disputada pela indústria de óleo, a planta tem raízes profundas, que descompactam o solo. Posso vender a massa verde para silagem, pois tenho vários confinadores vizinhos, e colher a semente para uma indústria de Campinas. O produtor destinou uma área mais desgastada, de 18 hectares, ao girassol.

Outros 70 hectares dividiu entre o milho e o trigo.

Conforme o chefe do Departamento de Mudas e Sementes da Secretaria da Agricultura em Itapetininga, agrônomo Edegar Petisco, muitos agricultores estão fazendo isso. Temos recomendado o plantio de culturas boas para o solo, para quem não quer se arriscar com os grãos tradicionais. Como o mercado para esses produtos não está bom, a tendência é deixar a terra parada. Mas não é o melhor a ser feito, pois pode haver disseminação de plantas invasoras e erosão.

NABO E AVEIA

Se a intenção não é colher, o melhor que o produtor tem a fazer é plantar culturas que, pelo menos, protegem e melhoram o solo, como o nabo forrageiro e aveia preta. Essas culturas, semeadas sem adubo, beneficiam o solo de tal forma que, na próxima safra, o agricultor terá um ganho de produtividade de pelo menos 10%. É uma poupança, quase sem investimento, diz.

O nabo forrageiro é uma crucífera usada na rotação com leguminosas, como soja e feijão, ou com gramíneas, como milho. É uma planta coringa – além de ser um subsolador natural, pois as raízes penetram fundo no solo, serve de pasto para abelhas e bovinos. Nessa época, as flores do nabo suprem a falta de alimento para as abelhas. Há produtor que ainda colhe o grão para produzir biodiesel.

Já a aveia preta é ótima cobertura e serve de pasto para o gado. Tanto se pode passar a máquina e cortar a planta pelo alto, como soltar o rebanho direto na área, diz Petisco. É uma gramínea, mas tem raiz profunda e traz à superfície nutrientes que outras plantas não alcançam. Por isso pode ser usada na rotação com milho e soja. A palhada fica mais tempo no solo, por isso é ótima cobertura.

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