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Gestor da Usacucar lista 3 desafios além do comum à safra 2020/21

Dentre eles está complexidade de equacionar bem custos fixos e variáveis

Foto: Arquivo
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A safra 2020/21 ainda possui desafios significativos para as usinas de cana. Conforme postagens anteriores, gestores entendem que tendo pela frente menos da metade da safra para performar, precisam estar atentos às melhores práticas, sobretudo, pelos agravantes gerados pela pandemia da Covid-19. Julimar Clemente de Souza, diretor de operações agroindustriais do Grupo Usacucar (Usina Santa Terezinha-PR) acredita que a gestão eficaz é aquela que enxerga além da trivialidade e vê os desafios além da rotina comum.

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De acordo com ele a esta altura da safra há desafios comuns já identificados nas usinas que possuem boas práticas de gestão. “As condições de produtividade agrícola já estão desenhadas. De igual modo a condição de eficiência industrial que é “sine qua non” em nosso segmento. Quanto ao Covid-19, apesar de ser uma condição atípica, já está em primeiro lugar em nossa agenda e com soluções bem definidas”, informa o diretor de operações agroindustriais no Grupo Usacucar. Em contrapartida, Souza lista outros três desafios que estão além do comum à safra 2020/21.

1 – SSMA estratégico contribui com equação de custos

Primeiramente, a necessidade de obter a área de Saúde, Segurança e Meio Ambiente (SSMA) bem estruturada. “É preciso ter bons indicadores nessa área. Isso é evidente quando se pretende cumprir as normais legais. Mas pensando no contexto de gestão, ter esses indicadores muito bem posicionados em termos de resultado é fundamental”, afirma.

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Para ele as usinas de cana são um tipo de negócio que envolve custos fixos muitos altos. “Na agrícola, por exemplo, você tem em média 75% dos custos fixos, na industrial algo em torno de 95%. Portanto, quando se tem na área agrícola uma condição de segurança que não está bem adequada acaba-se tendo muitos acidentes com caminhões, transbordos e implementos em geral. De modo que esses equipamentos entram na oficina e vão saturar sua estrutura de manutenção. Isso é algo diferente do que foi planejado e vai sobrecarregar sua estrutura que está em campo trabalhando. Além disso, a saturação afetará tanto à mão de obra, quanto os custos”, avalia Souza e pondera. “É evidente que a preservação da vida e saúde dos colaboradores e o meio ambiente é prioritário, mas o SSMA tornou-se estratégico também para a gestão econômica completa da usina”.

2 – Conhecer bem os custos fixos e os custos variáveis
Julimar Souza, aponta para o desafio de equacionar custos

Igualmente, o segundo desafio – ainda dentro da gestão – são os custos fixos. “Cada vez precisamos olhar pra dentro e fazer a lição de casa para ser mais competitivos. Como trabalhamos com commodities, nós somos tomadores de preços e não formadores de preço. Então, temos que lidar bem com o que está em nossas mãos”, alerta.

Para o diretor de operações agroindustriais no Grupo Usacucar, como o custo fixo é uma condição muito expressiva percentualmente nas áreas agrícola e industrial, ter centros de custo bem definidos mostrará exatamente ao gestor quais são seus custos fixos em cada uma das áreas e quais são seus custos variáveis.

Sobre isso, ele oferece mais detalhes. “Logicamente há o custo variável bom, aquele que ás vezes cresce por uma razão de maior produção e produtividade, obtido através de uma execução eficiente; e o ruim, aquele que cresce sem o devido aumento de produção e produtividade, gerado por uma execução ineficiente, devido ao desbalanceamento no processo. Quando você separa tudo isso e define bem sua estrutura matricial de custo, você consegue entender exatamente qual é seu custo de açúcar, etanol e energia, lá na ponta. E vai trabalhar dentro das margens de necessidade alinhado com os valores que o mercado está te ofertando de compra. O custo variável é semelhante ao colesterol humano, tem o bom (cresce com mais produção) e o ruim (cresce sem uma maior produção)”, ilustra Souza.

3 – Transformar a gestão em um modelo que motiva e engaja

Sob o mesmo ponto de vista, estão as pessoas. “Estamos passando por uma transformado grande em relação ao perfil dos gestores e liderados. Há desafios em relação a questão da mídia e da velocidade das redes sociais. Além disso, há uma grande necessidade de manter seu pessoal de campo dentro de uma linguagem positiva, uma gestão que contemple a motivação e que arraste pelo exemplo. E o nosso mercado, tradicionalmente, foi concebido em torno de um perfil mais rígido de liderança, o que dificulta essa mudança”, conclui o diretor de operações agroindustriais da Usacucar.

Participantes da alta gestão de usinas elaboram soluções para os desafios da safra

Hoje (5 de agosto) às 19h acontece mais um webinar da série Quarta Estratégica JornalCana. Trata-se do 1º Encontro Alta Gestão de Usinas que pretende debater e encontrar soluções para os desafios da safra.

Estarão presentes no evento online, além de Julimar Clemente de Souza, diretor de operações agroindustriais no Grupo Usacucar (Usina Santa Terezinha-PR); Joel Soares, diretor de operações da Jalles Machado; Luiz Antônio Magazoni, diretor industrial da Usina São Domingos e Raul Guaragna, diretor agroindustrial da Tereos. Quem apresenta o evento é o jornalista e diretor da ProCana Brasil, Josias Messias.

Os interessados em assistir ao vivo e receber certificado de participação devem se inscrever através do link: www.jornalcana.com.br/webinar

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