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Gasolina e álcool sobem, de novo

Um dia após os proprietários de postos de combustível do Distrito Federal anunciarem um reajuste de R$ 0,11 sobre o litro do álcool por parte das distribuidoras e avisarem que o valor seria repassado ao consumidor, o derivado da cana subiu novamente. A nova alta, de R$ 0,10, foi anunciada ontem à noite. Ao todo, o etanol está custando R$ 0,21 a mais. A gasolina também terá reajuste, de R$ 0,04.

O álcool, atualmente vendido a R$ 2,25, chegará a R$ 2,46. O aumento é de 9,33%. Já o derivado do petróleo, que na última semana já havia subido de R$ 2,78 para R$ 2,84, será vendido a R$ 2,88. No total, a alta é de 3,59%. De acordo com o empresário Antônio Matias, proprietário da rede Gasol — que detém um terço dos postos de combustível do DF —, o reajuste do álcool deve ser repassado a partir de hoje ao consumidor. A alta da gasolina, por sua vez, somente daqui a três ou quatro dias, quando os estoques atuais acabarem.

A justificativa para vender o etanol a preços tão salgados é a entressafra da cana-de-açúcar. Este ano, outros agravantes são a valorização e a alta demanda por açúcar refinado no exterior, o que estaria fazendo com que produtores abandonassem a produção de álcool. A gasolina, que tem 25% de álcool anidro em sua composição, teve seu valor puxado pelos reajustes do derivado da cana nesta última alta. Na semana passada, segundo os donos de postos, o reajuste teve relação com altas aplicadas pelas distribuidoras.

O Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Automotivos e de Lubrificantes do DF (Sindicombustíveis-DF) divulgou nota lamentando “a ausência de políticas para o setor sucroalcooleiro”. O presidente da entidade, José Carlos Ulhôa, defende uma política de estocagem de cana por parte d o governo federal. “Que sentido tem fazer todo mundo utilizar carros flex, se o álcool nunca compensa?”, questionou Ulhôa.

O vice-presidente do Sindicato Nacional das Distribuidoras de Combustíveis (Sindcom), Alísio Vaz, afirmou que a estocagem é, sim, praticada. “Existem linhas de financiamento do governo para isso. Acontece que quem estocou deixou de vender em uma época para vender agora. Por isso, cobra mesmo mais caro”, justificou. Vaz afirmou, entretanto, que a alta do açúcar no mercado internacional influenciou os preços este ano. “(O álcool) está um pouco mais caro do que nas entressafras anteriores. Menos cana foi direcionada para fazer etanol e a oferta foi menor. O consumidor tem que fazer a opção racional, escolher abastecer com gasolina”, afirmou.

O proprietário da Gasol, Antônio Matias, acredita que o consumo do álcool será abandonado no DF, a ponto de não compensar para os postos terem o etanol nas bombas. “O preço está quase igualado com o da gasolina e, pelo que sabemos, a tendência é subir ainda mais”, disse.

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