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Gasolina chega a R$ 2,19 nos revendedores de Araçatuba

O litro da gasolina chegou a R$ 2,19 nas bombas dos postos de combustíveis de Araçatuba ontem, um reajuste de 10% em relação ao valor médio anterior, de R$ 1,99. O aumento foi 5,5 pontos percentuais acima do previsto pela Petrobras, de 4,5%. O reajuste de 10,8% no preço da gasolina e o de 10,6% no preço do óleo diesel nas refinarias foi anunciado pelo governo na última segunda-feira. Os combustíveis não aumentavam desde dezembro de 2002.

Levantamento feito pela reportagem da Folha da Região em 20 postos de Araçatuba revela que apenas um ainda não havia reajustado os preços ontem, o que está previsto para os próximos dias. É possível encontrar o litro do combustível por R$ 2,02; R$ 2,08; R$ 2,09; R$ 2,11; R$ 2,12; R$ 2,14; R$ 2,15; R$ 2,16 e R$ 2,17.

O presidente do Sincopetro (Sindicato dos Revendedores de Derivados de Petróleo), Ulisses Laluce Júnior, afirmou que os revendedores não têm como repassar apenas o valor divulgado pelo governo, em média de 4,5%. Isso porque as distribuidoras reajustaram os preços para os postos entre 6% e 7%. “É uma situação desconfortável. Gostaríamos que subisse menos”, diz.

Segundo Laluce Júnior, o reajuste vai forçar ainda mais a queda no consumo, o que já vem sendo registrado há cerca de seis meses. “A sugestão é que cada revendedor negocie com seu distribuidor para que haja a redução de preço, que não condiz com o anunciado pelo governo”.

Os revendedores reclamaram da forma como foi anunciada a mudança. “O revendedor foi pego de surpresa. Muitos postos trabalham com pequenos estoques e a corrida por gasolina mais barata deixou muitos estabelecimentos quase sem produto”, reclamou, em nota, o presidente interino da Federação Nacional do Comércio Varejista de Combustíveis, Paulo Miranda. A entidade pede à estatal que anuncie reajustes com 24 horas de antecedência.

O presidente da Apar (Associação dos Postos de Araçatuba e Região), Edson Ferreira Batista, acredita que o mercado ainda está em fase de ajuste. “Não dá para dizer que os preços hoje cobrados serão definitivos”. Segundo ele, dentro de uma semana ou 10 dias deverá ocorrer uma tendência de acomodação dos preços, com uma leve queda nos valores. “A concorrência entre os distribuidores e entre os postos é grande”. No posto, o litro da gasolina passou de R$ 1,99 para R$ 2,17, um aumento de 9%.

O proprietário do posto Ibirapuera, Luiz da Cunha, afirmou que o repasse feito ao consumidor foi o mesmo da distribuidora, de cerca de 7%. No posto, o litro da gasolina passou de R$ 1,99 para R$ 2,14. “É muito difícil trabalhar com altas brutais como essa, de 7% a 10%. Se o revendedor tem estoque de produto ele segura o preço, mas nesse caso fomos pegos de surpresa”, afirma.

Para Cunha, a expectativa é que na próxima semana o mercado comece a se ajustar dentro da média de preços entre R$ 2,09 e R$ 2,15. “Vamos ter que brigar com as distribuidoras por descontos para repassar ao consumidor”. Ele também acredita que o consumo vá cair. “Quem tem carro vai andar de moto e quem tem moto vai usar bicicleta”.

Consumidor – Os consumidores consideraram o reajuste do preço da gasolina abusivo. “Falam que a inflação está baixa, que a Petrobras teve um faturamento enorme e qualquer coisa eles repassam aumento”, reclamou o técnico em planejamento Almir Pimenta. O consumidor abastece o carro duas vezes por semana, usa cerca de 100 litros de gasolina e gasta perto de R$ 200. “A única saída é optar pelos veículos bicombustíveis ou partir para o gás natural veicular, que está bastante evidente na nossa região”.

A consumidora Renata Mendonça Furtado disse que foi pega de surpresa com o aumento. “O governo deveria anunciar com antecedência para nos prepararmos”. Ela acredita que o aumento foi abusivo, já que o preço dos combustíveis no Brasil já é bastante alto. “Nenhum orçamento comporta um aumento de 10%”.

O estudante Renato Mitsuo, proprietário de um carro e de uma moto, disse que para economizar vai passar a usar mais a moto do que o carro. Em média, ele gasta R$ 400 por mês.

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