Garantido o abastecimento de álcool

Os empresários do setor sucroalcooleiro se comprometeram ontem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a reduzir o preço do álcool e multar aqueles que não cumprirem o acordo de manter o valor a 60% do cobrado pela gasolina. Para garantir que o preço será reduzido ao consumidor, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) deve fiscalizar com maior rigor o setor, segundo normas a serem definidas hoje pela ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff.No encontro, os produtores ratificaram o acordo feito em janeiro, comprometendo-se a antecipar a safra para março, em um volume de 600 milhões de litros, e produzir 1,5 bilhão de litros a mais de álcool sobre o ano passado. Para garantir o cumprimento do acordo, Eduardo Carvalho, presidente da União das Indústrias Canavierias de São Paulo (Unica) disse que os produtores e os sindicatos firmarão contratos que serão compromissos fixos de produção de um volume determinado de álcool. No caso de inadimplência, será emitida uma letra de câmbio contra o produtor no valor necessário para repor o volume acordado e cobrada uma multa de 20%.

Também ficou acordado que haverá redução das exportações de açúcar de 2 milhões de toneladas de açúcar sobre as 13 milhões de toneladas comercializadas no ano passado. Para isso, o setor espera que o governo libere recursos para a estocagem de álcool. Estão disponíveis R$ 500 milhões, oriundos a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), suficientes para 1 bilhão de litros.

Além disso, para garantir uma política ao setor, vai se constituir uma câmara setorial do setor no Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento, incluindo membros da cadeia produtiva, indústria automotiva e distribuidoras.