JornalCana

Ganho de produtividade garante a expansão da cana-de-açúcar em AL

Engana-se quem pensa que o setor canavieiro chegou ao topo da atividade econômica em Alagoas. Mesmo que não se plante nem mais um palmo de terra com cana-de-açúcar no Estado, a expansão virá através do crescimento vertical da produção agrícola, no campo, e do melhor aproveitamento da matéria-prima e sub-produtos, na indústria.

O lançamento de novas variedades de cana-de-açúcar , desenvolvidas no próprio Estado, e o uso de novas tecnologias estão garantindo, ano após ano, a melhoria da produtividade. Na última década, a média de produção das usinas alagoanas saltou de 60 para 72 toneladas por hectare.

O presidente do Sindaçúcar/AL (Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool em Alagoas), Pedro Robério Nogueira adianta que o setor continuará investindo em pesquisa direta e indiretamente. “Estamos renovando convênios com o governo do Estado e com a Universidade Federal de Alagoas para o desenvolvimento de programas que vão garantir um melhor rendimento agrícola nos próximos anos, o que possibilitará o aumento de produção”, explicou.

O Sindaçúcar/AL descarta, no entanto, a expansão da área plantada. “Do ponto de vista econômico, não existe hoje, nenhuma área possível para expansão da lavoura Por isso, vamos continuar investindo na pesquisa e na tecnologia”, disse.

Novos caminhos

A outra área de expansão, a econômica, depende – ao menos por enquanto – das políticas governamentais para os setores industrial e de energia. O setor, avalia o Sindaçúcar/AL, ainda pode agregar muito valor a produção com o desenvolvimento de projetos nessas áreas.

“A geração de energia é uma das melhores alternativas econômicas, não só para as indústrias sucroalcooleiras, mas principalmente para o Estado, na medida em que vai gerar mais impostos, renda e empregos. Mas, só podemos gerar energia no momento em que for definida, de fato, uma política para esse segmento”, argumentou Nogueira.

Na avaliação do Sindaçúcar/AL, no entanto, o Estado não precisa ficar esperando pelo governo federal para definir uma legislação específica para a geração de energia a partir da biomassa da cana-de-açúcar. “o governo alagoano, se quiser, pode se antecipar e incentivar essa atividade”, sugeriu.

Outro potencial “desperdiçado”, explicou Pedro Robério, é o químico. “As destilarias de álcool tem condições de produzir matérias-primas para a indústria química a partir de subprodutos da fabricação do álcool. Outra questão a ser rediscutida é o uso do etanol produzido pelas nossas destilarias, em substituição ao produto similar da indústria petroquímica. Isso deu certo no passado e pode voltar a ser um bom negócio. Tudo depende de legislação e incentivos”, disse.

Negócios

A cadeia produtiva da cana-de-açúcar gera em Alagoas uma receita, por ano safra (de setembro a agosto), de R$ 1,9 bilhão e mais de 120 mil empregos diretos e indiretos. A produção agrícola, nos últimos anos, oscilou entre 23 milhões e 26 milhões de toneladas.

A atual geografia agrícola da lavoura de cana-de-açúcar, que ocupa em área plantada uma extensão de terras superior a 400 mil hectares, de Maragogi, no extremo Norte, a Penedo, no extremo Sul do Estado, não deve mudar.

O que deve mudar mesmo é como será feita a exploração dessa área. “Estamos buscando não só meios de aumentar a produtividade da cana, como também estudamos a possibilidade de melhor aproveitamento da terra, com a produção consorciada de alimentos, a exemplo do feijão”, adiantou Nogueira . “Estamos estudando a possibilidade de expandir por toda a zona canavieira experiências bem sucedidas, como essa do consórcio, que poderão não só gerar renda como também contribuir para diminuir a fome”, completou.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram