Ganho da São Martinho sobe 16,8%, para R$ 48,7 milhões
Preços mais altos e volumes maiores de açúcar ajudaram a elevar o lucro da São Martinho no segundo trimestre da atual safra de cana, a 2011/12. A companhia, com sede em São Paulo, registrou um resultado líquido positivo de R$ 48,7 milhões, 16,8% acima do registrado em igual intervalo do ciclo passado. No acumulado dos dois trimestres do ciclo, o resultado líquido é um lucro 43% maior de R$ 86,6 milhões.
O presidente da empresa, Fábio Venturelli, explica que no trimestre foram vendidos 297 mil toneladas de açúcar, 10,2% mais do que em igual intervalo de 2010. Além disso, a empresa conseguiu captar preços médios 16% mais altos do que os registrados em período equivalente do ano passado.
Com isso, a receita líquida do grupo avançou 17,5% para R$ 398 milhões. No acumulado dos dois trimestres do ciclo, a receita atingiu R$ 727 milhões, 16,5% acima dos R$ 624 milhões de mesmo período de 2010.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado (que exclui o efeito contábil dos ativos biológicos) avançou 8,1% para R$ 163 milhões. Com a menor moagem de cana no período, a margem ebtida ajustada recuou 3,6 pontos percentuais para 41%. “Sofremos o efeito da quebra dos canaviais e a consequente produção menor de açúcar e etanol”, explica o executivo.
As três usinas do grupo — duas localizadas em São Paulo e uma em Goiás em sociedade com a Petrobras Biocobustíveis — ainda estão processando cana, mas devem encerrar a moagem nas próximas semanas.
A estimativa do grupo é de que a redução da moagem seja da ordem de 11,8%. Assim, a previsão inicial de processamento de 12 milhões de toneladas de cana será reduzida para algo próximo de 10,7 milhões de toneladas nas três unidades (considerando 51% da moagem da Boa Vista, de Goiás).
Assim, o grupo revisou também suas projeções para produção de açúcar e etanol na safra. A fabricação do adoçante, antes estimada em 860 mil toneladas, deve ser ao final do ciclo de 770 mil toneladas. A produção de etanol deve alcançar 380 milhões de litros, ante a previsão inicial de 486 milhões de litros.
“Apesar da redução do processamento de cana, que foi expressiva em todo o Centro-Sul, conseguimos aproveitar o bom momento dos preços do açúcar e do etanol, que compensaram a menor oferta de produto”, avaliou Venturelli.
Ao final do segundo trimestre, o endividamento líquido da companhia era de R$ 666 milhões, 28,4% menor do que em igual período do ano passado. O aumento da geração de caixa e o primeiro aporte da Petrobras Biocombustíveis — já anunciado — impactaram nessa redução da dívida, diz Venturelli.
(Fabiana Batista | Valor)