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Fusões e aquisições continuarão aquecidas

O movimento de fusões e aquisições na área de açúcar e álcool deverá

crescer neste ano, segundo André Castello Branco, sócio da consultoria

KPMG. As operações deverão se manter aquecidas por conta da febre do etanol, o que tem atraído fortes investimentos para o setor sucroalcooleiro no Brasil.

No ano passado, o número de transações no setor totalizou nove negócios, uma participação ainda muito pequena, se considerada o total de operações no país (473). “Neste ano, o volume de transações não dobrará, mas será bem maior que a de 2006”, afirmou Castello Branco, que participou do seminário “Sugar and Ethanol Brazil”, no dia 15 de março, em São Paulo.

Castello Branco afirmou que a entrada de investidores estrangeiros e

fundos de investimentos deverão dar novo impulso aos negócios envolvendo as usinas. Segundo Castello Branco, as transações de fusão e aquisição no setor sucroalcooleiro ainda são poucas, uma vez que o processo de decisão das empresas familiares (boa parte das usinas) é mais lento, pois envolve muitos acionistas e há disputas internas. Outro fator é que muitos vendedores querem permanecer no controle do negócio e os compradores, em sua grande maioria, querem ser majoritários.

Extremamente pulverizado, o setor sucraolcooleiro está passando por um

processo de concentração nos últimos anos. Os 16 principais grupos de açúcar e álcool do Brasil processam juntos cerca de 138 milhões de toneladas de cana. O país todo processa 420 milhões de toneladas.

Para Maurílio Biagi Filho, presidente da Maubisa Agrícola Ltda., de Ribeirão Preto, as usinas que fazem parte da Crystalsev, provavelmente

aceitarão se fundir já em 2008 para formar a segunda maior processadora de cana-de-açúcar do Brasil, atrás do grupo Cosan, com 17 usinas. Segundo Biagi, as usinas que fazem parte da Crystalsev processam juntas 25 milhões de toneladas de cana-deaçúcar por ano. Uma fusão permitiria que o grupo concorresse com a Cosan,a maior processadora mundial de canade- açúcar, que processa cerca de 37

milhões de toneladas por ano. As negociações de fusão entre a

Cia. Vale do Rosário, de Morro Agudo (SP), e a Cia. Energética Santa Elisa, de Sertãozinho (SP), estão avançadas.

Segundo Cícero Junqueira Franco, vicepresidente da Vale do Rosário, a fusão poderá sair até o início de maio. No final de janeiro, o grupo Cosan fez uma oferta para a compra de 50,02% das ações da Vale. A proposta foi recusada pela usina, que exerceu o direito de preferência de compra das ações, previsto em seu estatuto.

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