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Fusão amplia eficiência de novo grupo

Morro Agudo (SP), Juntas, Santa Elisa, Vale do Rosário e outras três usinas obterão economia de 12% na produção. A fusão entre a Companhia Açucareira Vale do Rosário, de Morro Agudo, e a Companhia Energética Santa Elisa, de Sertãozinho, e outras três usinas paulistas controladas por essas duas, deverá proporcionar ao novo grupo, no médio e longo prazo, uma economia de 12% no custo final dos produtos.

A previsão é de Cícero Junqueira Franco, acionista e vice-presidente da Vale do Rosário e um dos mentores da operação que criará o segundo maior grupo desse setor do País, com processamento de cana, nesta safra, de 18,5 milhões de toneladas.

Parte desse ganho reflete a otimização de transporte e infra-estrutura entre as cinco usinas, o que já proporcionou uma redução média da distância dos canaviais às cinco usinas de três quilômetros. Como corte, carregamento e transporte respondem por mais de 35% do preço da cana, tem-se uma redução no custo da matéria-prima de 4,2%.

A economia tende a crescer “à medida em que for implantada uma estrutura de serviços compartilhados, entre eles administrativos, financeiros, comerciais e de estratégia de negócios”, afirmou Franco a este jornal.

“Pretendemos ser o primeiro grupo sucroalcooleiro do Brasil”, disse Junqueira Franco. “Nosso projeto é dobrar a produção em cinco anos. A velocidade pode mudar de acordo com o comportamento do mercado”, afirmou. Segundo ele, o plano de expansão do grupo não inclui apenas o aumento da capacidade das usinas já existentes. “Nossos planos são projetos novos, procurando novas fronteiras agrícolas fora de São Paulo.”

Para Franco, a abertura de capital da nova empresa virá depois da fusão e da reestruturação administrativa e financeira. “É possível que a abertura de capital ocorra ainda neste ano. Mas tudo vai depender do mercado. Poderemos estar prontos, mas o mercado pode não”.

“A fusão oficial deverá sair nos próximos dias, mas as cinco usinas já operam como fundidas desde abril. A logística e a infra-estrutura de cada usina já trabalham juntas. Há troca de cana, de veículos e de equipamentos agrícolas objetivando sempre o menor custo operacional no abastecimento de cana às usinas”, afirmou. A economia prevista com transporte neste ano é de R$ 18 milhões, montante que deverá saltar para R$ 25 milhões nos próximos anos.

O mesmo ocorre nas usinas. A produção já é conjunta, afinada com o mercado, que também está sendo trabalhado em conjunto. “Estamos vivendo um momento de fusão branca. Só falta agora o documento, que deve acontecer por esses dias”, disse Franco.

“O trabalho econômico já está concluído e as relações de troca de ações já estão estabelecidas. Estão faltando apenas as partes jurídica e fiscal, em elaboração pelos advogados e assessores financeiros e econômicos”, informou. Para Franco, o acordo de fusão “oficial” poderá ser assinado sexta-feira.

O nome da holding não foi ainda definido. Para ele, a holding B5, criada pela família Biagi para exercer o direito de preferência de compra das ações da Vale do Rosário, quando da recente oferta de compra hostil feita pelo Grupo Cosan, pode emprestar seu nome ao grupo.

Ele explica que, além das líderes Vale do Rosário e Santa Elisa, comporão o grupo as usinas MB, de Morro Agudo, com participação da Vale e da Santa Elisa em condições iguais, a Jardest, de Jardinópolis (SP), com participação da Vale e de acionistas fornecedores de cana, e a Continental, de Porto Colômbia (SP), com participação majoritária da Santa Elisa e acionistas fornecedores de matéria-prima.

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