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Furlan pede cota de etanol livre de taxação nos EUA

O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, anunciou ontem que o Brasil tentará negociar com os Estados Unidos uma cota de exportações do etanol brasileiro livre de tarifa, “para ajudar” no desafio lançado pelo presidente George W. Bush, de aumentar o consumo de biocombustível no mercado americano. “Um caminho favorável é estabelecer uma cota para o produto brasileiro.” Hoje, o etanol brasileiro paga nos EUA taxa de US$ 0,54 por galão.

Furlan explicou que o Brasil conversa com os EUA sobre o tema desde 2003 e atualmente metade de suas exportações vai para o mercado americano. Ele ressalvou que o Brasil não tem uma meta de exportações, já que o “grande mercado” para o biocombustível é o doméstico.

O etanol é o principal assunto da visita que Bush fará ao Brasil na semana que vem. Ele e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vão assinar acordo de cooperação na área de biocombustíveis, em São Paulo. Mas Furlan disse não acreditar que o encontro chegue a uma decisão sobre as cotas de exportação para os EUA, já que Lula visitará Bush no dia 31, quando as conversas devem prosseguir. A Casa Branca confirmou ontem oficialmente a visita, que será em Camp David, a casa de campo do presidente americano.

Segundo Furlan, o etanol brasileiro poderia abastecer especialmente a costa leste americana. No Brasil o etanol é produzido a partir da cana-de-açúcar e tem custo de produção 40% inferior ao dos EUA, que usa milho como matéria-prima. As exportações brasileiras subiram de US$ 765 milhões em 2005 para US$ 1,6 bilhão em 2006.

FÓRUM

Em Nova York, Brasil, EUA, Comissão Européia, China, Índia e África do Sul lançaram ontem na ONU o Fórum Internacional de Biocombustíveis e já tiveram de rebater críticas. O embaixador brasileiro nos EUA, Antonio Patriota, negou que o fórum possa ser comparado à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), como acusam seus opositores.

Ele disse que o objetivo é estruturar o mercado internacional de biocombustíveis, padronizando o etanol, para transformá-lo em commodity, com preços definidos globalmente. “Estamos criando um mecanismo para coordenação internacional. É um mecanismo para troca de informação e um meio de alcançar a commoditização.”

O diretor-geral do Departamento de Energia do Ministério das Relações Exteriores, Antonio Ferreira Simões, acrescentou que o fórum tem composição bem diferente da Opep, pois não congrega apenas os países produtores, mas também os consumidores de biocombustível. Patriota negou ainda que o fórum vá discutir a questão das tarifas sobre o etanol brasileiro exportado para os EUA.

O representante da China na ONU, Zhenmin Liu, disse que a China será uma participante ativa no fórum, que “deve ter papel estratégico” para seu país. O fórum durará um ano e seus grupos de trabalho se reunirão a cada três meses para troca de conhecimento e de tecnologia entre os países envolvidos.

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