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Furlan: exportação vai perder fôlego

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, disse que não espera grande crescimento das exportações em junho, por causa da base de comparação, bastante forte. Junho de 2004 registrou o melhor mês da história das exportações, com vendas de US$ 9,3 bilhões.

Segundo Furlan, as exportações de minério de ferro, enfraquecidas no primeiro trimestre por causa dos reajustes de preços, já estão mais fortes em abril e maio, com alta superior a 60% sobre abril/maio de 2004.

Mas, ressaltou o ministro, os preços internacionais do setor de aço parecem estar se acomodando, o que significa que deve haver estabilidade nas exportações do produto daqui para frente. Neste ano, os preços do aço começaram bons, mas tendem a declinar alguma coisa ao longo do ano, disse, durante a 5.ª Reunião do Conselho Estadual de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Cericex), do governo do Estado de São Paulo.

Na ocasião, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) inaugurou a Mesa de Operações Internacionais, ferramenta de apoio aos exportadores de menor porte. O evento marcou também o início dos serviços da Rede de Centros de Informações de Comércio Exterior do governo federal.

Furlan lembrou que, para superar o ritmo de crescimento da segunda metade do ano passado, as exportações terão de ser superiores a US$ 10 bilhões ao mês. Admitiu que é até possível passar, mas mesmo assim estamos mantendo nossa meta de exportar US$ 112 bilhões em 2005. No acumulado do ano até maio, observou, as vendas externas totalizaram US$ 106 bilhões.

Para o ministro, as exportações continuam a crescer porque os esforços do governo para desonerar as exportações, reduzir os custos de transações e melhorar a logística anulam o efeito negativo do câmbio. Reduzir custos tem efeito direto para limitar a valorização do real.

Apesar da queda nas vendas de soja, por causa sobretudo da sobra da safras, há setores muito fortes, como os eletrônicos, açúcar, café e etanol. A média diária de exportações nos três primeiros dias de junho foi de US$ 500 milhões.

Furlan também acredita que as importações vão continuar em alta, ao redor de US$ 300 milhões ao dia. O ministro afirmou que seu ministério não tem mecanismos para atuar no câmbio, mas admitiu sempre torcer a favor para que o câmbio seja atraente ao exportador.

O ministro pouco falou sobre o impacto do câmbio nas vendas externas, mas destacou que o real talvez seja a moeda que mais tenha se fortalecido em todo o mundo. Apesar da moeda, já chegamos a US$ 106 bilhões no acumulado de 12 meses , o que deixa o desafio de exportarmos mais US$ 6 bilhões em 12 meses até dezembro para cumprirmos a meta. O ministro espera que o real reflita a valorização do dólar ante o euro, registrada nos últimos dias. A moeda americana, disse, registrou apreciação de 3% em relação ao euro e, se o real foi refém do processo de desvalorização do dólar, deve agora se ligar ao processo de valorização da moeda americana. O real parece estar vacinado, observou.

Hoje, acrescentou, o governo federal deverá finalizar a MP do Bem, que inclui a desoneração de softwares, produto de destaque na pauta de exportações de São Paulo. Sobre a crise política e o suposto esquema de compra de apoio no Congresso, ele afirmou nada saber sobre as denúncias, já que esteve na Europe por duas semanas e só retornará a Brasília hoje.

AVIÕES

Para Furlan, as exportações de aviões serão mais fortes no segundo semestre, o que compensará algum eventual efeito na desaceleração das vendas externas do Estado de São Paulo no ano até maio. A própria Embraer admitiu que as entregas estão concentradas na segunda metade do ano, principalmente pela demanda da nova série 170 e 190. Segundo dados do governo paulista, as exportações de São Paulo cresceram 16,8% em maio ante o mesmo mês de 2004. Na mesma base, as vendas externas brasileiras subiram 23,6%. Mas o Estado também registrou importações inferiores à média nacional: 14,6%, ante 31,8% do Brasil. Isso explica, sempre na mesma base de comparação, o incremento de 25,8% no saldo positivo da balança comercial paulista ante 10,9% do País.

O levantamento mostra ainda que a participação de São Paulo no total exportado pelo Brasil caiu de 33,7%, em maio de 2004, para 31,8%, em maio de 2005. Quando se compara o período janeiro a maio de 2005 e janeiro a maio do ano passado, as exportações paulistas cresceram 25,2%, ante 27,9% do Brasil. Na ponta importadora e ainda na mesma base de comparação, São Paulo teve alta de 11,3%, contra 22,2% do País, e o saldo comercial paulista cresceu 216,7% no período ante 39,6% no Brasil.

Aviões e automóveis são os principais produtos exportados pelo Estado. De acordo com o levantamento, os produtos que registraram maior crescimento de vendas, de janeiro a abril, foram motores a diesel (200%), terminais portáteis de telefonia celular (1 97%) e açúcar de cana em grupo (180%), sempre na comparação com o mesmo período do ano passado.

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