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Fundos especulativos voltaram a apostar na alta do açúcar

Relatório mensal do Itaú BBA aponta futuro para a commodity

Preocupação com uma menor disponibilidade de açúcar no curto prazo fez os preços aumentarem

Junho foi marcado pela preocupação de disponibilidade do açúcar no mercado global afirma o relatório AgroMensal produzido pelo Itaú BBA e divulgado recentemente.

As incertezas foram causadas devido ao fluxo logístico do açúcar diante da competição dos canais de exportação com o escoamento recorde da soja, no Brasil.

Somado a este fato, as perdas acima de 20% na produção de açúcar na Índia e as dificuldades de embarques devido ao lockdown aplicado, aumentou o risco de entregas do produto nos principais portos.

De acordo com o relatório, a percepção de uma menor disponibilidade no curto prazo fez com que os preços se movessem dos patamares de cUSD 11/lp no início do mês para acima dos cUSD 12/lp.

“Esses preços em NY combinando com o câmbio fez com que as cotações no porto superassem os R$ 1.400/t no mês”.

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Então, os fundos especulativos voltaram a apostar na alta do açúcar e agora estão com líquida posição comprada de 53 mil contratos frente à posição líquida vendida de 13 mil contratos no início de junho.

Velocidade das exportações aumentou

Enquanto a maximização do ATR continua firme para o açúcar, com o mix de 46% na 1ª quinzena de junho conforme a UNICA, totalizando 10,6 milhões de toneladas de açúcar produzidas no período, a elevação dos volumes de line-up dos navios e, consequentemente, da velocidade das exportações, continuam firmes.

“Embora os preços do hidratado tenham apreciado ao longo de junho, a atratividade do açúcar continuou alta, o que ajuda a explicar a maximização da produção do adoçante. A média do hidratado equivalente em açúcar no mês de junho foi de cUSD10,03/lp enquanto a cotação média do açúcar foi de cUSD 11,82/lp”, afirma o Itaú BBA.

 

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O banco ressalta ainda que as oportunidades para o adoçante brasileiro são positivas diante do período de entressafra asiática e a baixa disponibilidade de açúcar dos produtores da região, como Índia e Tailândia, devido às quebras de produção.

“Os chineses também tendem a aproveitar os patamares baixos dos preços para incrementar os estoques com o objetivo de minimizar os riscos de abastecimento caso tenha uma segunda onda de coronavírus”, aponta o relatório.

Possibilidades de fixação dos preços futuros do açúcar em Reais

Contudo, o ItaúBBA pondera que as altas mais significativas em USD dos preços do açúcar podem estar limitadas pela expectativa de redução do déficit global esperado para a safra 20/21 diante do aumento da produção no Brasil e da perspectiva de recuperação da oferta indiana

Certamente, isso fará com que as possibilidades de fixação dos preços futuros do adoçante sejam fechados em Reais.

De acordo com o banco, atualmente, a combinação de o câmbio e telas futuras do VHP, sugerem preços do adoçante acima dos R$ 1 .500/t na maioria dos contratos.

 

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Quanto ao volume de vendas do etanol, ainda seguem impactadas pelo isolamento social devido à pandemia e devem melhorar assim que as atividades retornarem ao normal.

O relatório mostra ainda que, para as usinas, os preços até a segunda quinzena do mês estiveram em franca recuperação, chegando a alcançar R$ 1,75/l, segundo o CEPEA.

Entretanto, com a chegada do final do mês e a necessidade de gerar caixa, as usinas aceleraram as vendas o que pressionou os preços. Adicionalmente, as distribuidoras se retraíram.

Para o ItaúBBA, a partir do mês de agosto, a nova regulamentação da octanagem da gasolina pode encarecer o custo de refino e importação do combustível.

Além disso, com os patamares atuais de preços de Brent e do câmbio ainda há espaço de ajustes positivos para gasolina. Portanto, o cenário pode favorecer o consumo do etanol frente a gasolina, dada a paridade no posto.

“As cotações em USD do etanol podem favorecer as vendas do biocombustível ao mercado externo, o que pode contribuir para um maior equilíbrio do balanço local”, conclui o relatório.

 

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